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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A pequena virtude da discrição.








A pequena virtude da discrição




"(...) Não se deve falar sem discernimento; e precisamente a arte de discernir o que se deve dizer em cada caso, bem como a maneira de dizê-lo, é o objeto da virtude da discrição, uma virtude "pequena", mas que contribui poderosamente para a paz do lar.

A virtude da discrição consiste, em primeiro lugar, em não querer saber tudo; e, depois, em saber não dizer tudo.

Abaixo os indiscretos, os que procuram informar-se de tudo junto de todos, os que perguntam à queima-roupa sobre assuntos que não lhes dizem respeito. É evidente que não temos nenhuma obrigação de dizer a verdade àqueles que não tem direito a sabê-la, ou que, além disso, poderiam fazer mau uso da resposta que nos arrancassem.

(...)

O melhor método é sermos nós mesmos abertos e confiantes, escutarmos sempre os outros - sim, é preciso esforçar-se por escutá-los -, mas também respeitar-lhes o silêncio. A confiança dos outros vem na medida da nossa discrição.

(...) 

O segundo aspecto da virtude da discrição: não dizermos impensadamente tudo o que sabemos. Também neste aspecto a vida diária nos oferece inúmeras ocasiões de praticarmos essa virtude.

"Em boca fechada não entra mosca", diz um provérbio; e ao contrário, ordinariamente só temos motivos para alegrar-nos se falamos com sobriedade. O Apóstolo São Tiago afirma que o homem capaz de dominar sua língua é um homem perfeito (cfr. Tg 3, 3-10), mas considera ao mesmo tempo que esse auto domínio não é coisa comum. Essa era também a opinião do monge que escreveu a Imitação de Cristo: "Mais de uma vez me arrependi de não ter guardado o silêncio."

Não há dúvida de que deve haver um certo "à vontade" nas conversas em família; deve-se poder dizer livremente o que se pensa. Mas isso não nos dispensa de refletir antes de falar. Por outro lado, mesmo em família, é agradável aos outros que não fiquemos o tempo todo falando sem parar. Já é causa de satisfação o prazer de ver toda a família reunida, enquanto cada um prossegue a sua ocupação pessoal, este a sua leitura, aquele os seus estudos, etc. 

Conviver, descansar e trabalhar juntos já é uma das alegrias da amizade, muito mais palpável quando não é perturbada por falatórios sem interesse. 

(...) 

A discrição obriga a discernir o verdadeiro do falso na história que nos contaram; se estamos em dúvida, é melhor não repetir; é preferível renunciar a divertir alguns à custa da verdade e à custa dos outros

A teologia católica formulou a respeito da maledicência uma regra de profunda sabedoria: "Não se tem direito de falar das faltas e dos defeitos do próximo a não ser quando esse dever". Sim, deve-se por de sobreaviso os outros quanto à influência nociva ou às más ações de um terceiro. Digamos, então, o que conhecemos com certeza, mas digamo-lo em tom sério, sem malícia, unicamente no interesse daqueles que temos o dever de proteger.

Finalmente, a virtude da discrição nos obriga a não dizer aos outros algo que nos mortificaria inutilmente. (...) É o próprio Jesus que nos dá o conselho: Se teu irmão cometer alguma falta, vai e repreende-o a sós (cfr. Mt 18,15). Fora os casos necessários de correção fraterna, cuidemos de não ferir ninguém que nos ame, mesmo que ocasionalmente nos impaciente ou contrarie. Não vos mortifiqueis mutuamente nesse lar onde tendes tantos motivos para ser compreensivos uns com os outros.

Nunca - ouviu-me bem: nunca - useis de ironia, principalmente os mais velhos com os mais novos. A ironia sempre fere, e as suas feridas são profundas.

Bem sabemos que o mundo se divide em duas categorias. Ao lado dos que procuram mortificar os outros, há aqueles que bem mais numerosos, se esforçam por causar-nos alegria. A vossa escolha foi feita há muito tempo: estais todos entre estes últimos. É o que vos ajudará a discernir, com a discrição necessária, os casos de consciência que por ventura surgirem, respeitando tanto a verdade quanto a caridade."



Excerto adaptado da obra "As pequenas virtudes do lar", por Georges Chevrot.








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