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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A mulher cristã na sociedade

Vamos lá, livremente e sem tardança, que nos soam aos ouvidos, desta vez pronunciada por duas vozes diferentes.

Uma destas vozes, voz tumultuosa e apaixonada, vem de baixo: “ Vinde, diz, que nem sempre me são suficientes armadilhas as riquezas e as honras; mas vós tende encantos secretos que,  ajuntando-se aos meus, farão com que se rompam as nossas redes com o peso da abundância”.

Longo tempo há que se dirigiu esta voz à mulher; longo tempo há que a fez ocasião de queda e ruína para o homem, longo tempo há que com verdade pôde responder o homem no juízo de Deus: Senhor, a mulher foi que me apresentou o fruto de que comi!

Mas espere e escutai ainda, que outra voz pronunciou estas palavras, e esta vem do alto: Passando Jesus pela praia do mar... onde estavam lançando suas redes... e lhes disse: segue-me e far-vos-ei pescadores de homens.

Ah! Estas simples palavras são aqui uma apologia da providência e sabedoria divina. Não sem um fim de elevada misericórdia fomos nós favorecidas com estes dotes, com estes encantos secretos que o mundo celebra, e de que desgraçadamente abusa com tanta frequência. É verdade que desde a queda do homem, por via de nós, e desde a nossa queda  por via de Satanás, facilmente inclinadas a se desviar do seu legítimo objeto, sem custo os empregamos em pescar homens que atamos à nossa vaidade e das nossas paixões criminosas; nem por isso mudou o seu verdadeiro destino. Se são engodos estes dotes, é para atrairmos os peixes a quem assusta o remo divino, e para, quando caíres na rede do dono da barca, deixarmos a este todo o lucro e toda a honra da pesca.