Algumas instruções sobre a Quaresma
São 46 dias, da quarta-feira de cinzas
ao Sábado Santo.
Dias de jejum com abstinência de carne:
- Quarta-feira de cinzas.
- Sextas-feiras da Quaresma.
Dias de jejum sem abstinência de carne:
- Quartas-feiras da quaresma
- Quinta-feira Santa
Da cerimônia das Cinzas tira
o nome o primeiro dia da Quaresma. Símbolo de penitência são as cinzas, tanto
no antigo Testamento como na lei nova.
- Lembra-te, homem, que és pó, e em
pó te tornarás;
- A cinza lançada neste dia sobre
nossas cabeças pelos sacerdotes, será para aplacar a cólera do Senhor, e
valer-nos as suas graças e favores, excitando em nossos corações sentimentos de verdadeira
penitência.
- Reformemo-nos
exteriormente com modéstia no vestir, na cinza, no cilício;
jejuemos com o sentimento de sincera contrição, emendemos as culpas de nossa
ignorância ou fraqueza, e mormente da nossa malícia, sem mais adiar nem esperar
que nos pode a morte apanhar desprevenidos.
Neste tempo sagrado, substituindo a
Igreja o luto às profanas alegrias, bradando a Deus a implorar seu auxílio, a
pedir-lhe a conversão dos pecadores, exorta-nos, e como que nos obriga, a
entrarmos em conta conosco.
Façamos-Lhe a vontade, cumpramos com o
preceito do jejum, e juntemos a essa penitência exterior a do
coração, sondando o abismo de nossa consciência, lavando os pecados nas
lágrimas da compunção e no sangue de Cristo, frequentando mais os sacramentos e
a Santa Missa (na medida do possível), apliquemo-nos à lição espiritual, à
oração, à consideração das verdades eternas, à prática de boas obras, façamos
esmolas mais generosas, sirvam as nossas privações para o sustento do pobre.
Desta sorte apagaremos, nestes dias da salvação, nossas culpas passadas, e nos
fortaleceremos contra as tentações futuras.
Foi religiosamente praticado este jejum
desde o tempo dos Apóstolos. Que vergonha para nossa tibieza e covardia a
piedade e rigor dos primeiros cristãos!
Unamos cada dia nosso jejum ao de
Cristo Senhor Nosso, em testemunho de nossa obediência à Igreja nossa Mãe, do
nosso agradecimento por tantos benefícios, para a expiação dos nossos pecados e
dos de nossos irmãos, para alívio das almas do Purgatório, e para alcançar a
graça de livrar-nos de tal pecado e de praticar tal virtude.
Quando jejuamos, apresentemos o
semblante alegre e satisfeito; não vão pensar que é só tristeza e melancolia a
obra da nossa salvação. Conhecedor da insignificância das suas austeridades, o
verdadeiro penitente não quer perder-lhes o merecimento fazendo delas
ostentação.
A Igreja reprova os ruins sentimentos
que poderiam inutilizar nossos jejuns, como, por exemplo, a ostentação, o
rancor, a hipocrisia, etc. Cuidemos em não fazermos bem com esperança dos
louvores dos homens. Prescreve-nos o Divino Mestre, juntamente com o jejum, o
desapego dos bens terrestres. Pouco caso faz o justo dos bens presentes; só
pelo Céu trabalha, onde está seu tesouro, e, portanto, seu coração.
Oh! Que prudente e que ditoso quem a
nada se prende neste mundo, onde é estrangeiro, mandando todo o fruto de seu
trabalho para o Céu, sua verdadeira e eterna pátria!
Pura deve ser a nossa intenção no
exercício dessas práticas; só de Deus esperamos o prêmio, só em Deus fitemos
nossas vistas.
Texto
adaptado, extraído do Goffiné.
Para maior glória de Deus, a PLANILHA abaixo foi feita para nos
auxiliar na prática das recomendações da Quaresma. Poderemos anotar a cada dia
o que pretendermos oferecer a Nosso Senhor, nossas práticas de jejuns,
penitências, mortificações, sacrifícios e tribulações e etc. Que seja esta a
melhor Quaresma!
Que Nossa Senhora das Dores nos ajude a
nos empenharmos ao máximo para reparar nossos pecados e acompanhar Nosso Senhor
Jesus Cristo até o fim.
Viva Cristo Rei!
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