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quinta-feira, 16 de junho de 2016

DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE - Parte II


Salve Maria, 
Daremos sequência à publicação de textos retirados do livreto do Pe. Quadrupani: "Direção para viver cristãmente". São dicas valiosas, instrutivas e animadoras para nos auxiliar na prática da vida cristã. Aproveitem! 

Viva Cristo Rei!






DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE


Rev.  Padre  Quadrupani - Barnabita.



Capítulo I - Relações com Deus

 Os deveres do cristão para com  Deus  reduzem-se  a  pratica da religião,  e,  por  conseguinte,  a aperfeiçoar-se, sobretudo  no  uso da  oração,  no  modo  de  ouvir  a missa,  na  frequência  da  confissão e  da  comunhão,  na  leitura  espiritual  e  na  santificação  dos  dias santos.  Toquemos  rapidamente  todos estes  diversos  assuntos.



DA MEDITAÇÃO


1)       A  meditação  esclarece  e conforta  nossa  alma.  David  dizia de  si  mesmo: “A  meditação  aqueceu  meu  coração,  e  acendeu nele  o  fogo  da  caridade”.

2)       Meditai  todos  os  dias uma meia  hora,  a  não  ser  que seja impedida por uma  ocupação  ou  uma indisposição  extraordinária.

3)       Disponde  da  tarde  para  a noite,  ou ao  menos  antes  de principiardes,  o  assunto  da  vossa meditação.  O  espirito  então  aplicar-se-á  com  mais  facilidade a  essa  matéria  já  preparada.


4)        Meditai,  ordinariamente, sobre  assuntos  que  despertem em  vós  a  confiança  e  o  amor  de Deus.  Os  assuntos  que  inspiram terror  são  raras  vezes  de  vantagem  para  vosso  espirito.  A  vós se  pode  aplicar  o  que  S.  Francisco  de  Salles  escreveu  a  uma dama: “Proíbo-vos  que  mediteis na  morte,  no  juízo  e no  inferno. Estes assuntos de temor salutar são  excelentes;  mas  não  para vossa  alma  que  já está  muito tímida”.

5)       Não abraceis,  para meditar, matéria  muito  extensa;  esta  seja curta  e  precisa.  Segui  este  conselho  dos  mais  doutos  entre  os Padres  espirituais:  na  meditação deveis  entreter-vos  mais  nos  afetos  do  coração,  que nas considerações  do  espirito;  porque  a consideração  é  o meio,  e o afeto é  o  fim  a  que  aspiramos.

6)       É  de  vantagem, também, entregarmo-nos  à  oração  com  recolhimento  e  paz,  sem  inquietações  nem  receio  excessivo  de  distrações. A  distração  involuntária  faz-nos  adquirir  dois  merecimentos: um  de  penitência,  porque  é  um penoso sofrimento de espirito o não nos  podermos  considerar  recolhidos  diante  de Deus; por isso  Santa  Teresa  dizia: “Se  não  faço oração,  faço penitência”. O outro merecimento é o da própria oração; porque  Deus recompensa  o desejo tanto  como a obra,  quando o cumprimento  desta  não  está  na  nossa  mão.

7)       Será para nós  uma  grande  consolação  ter  sempre  diante  dos olhos  estes  princípios  de  S.  Francisco  de  Salles:  “É  uma  oração excelente  o  considerarmo-nos com  paz  e na  tranquilidade na presença  de  Nosso  Senhor  e  debaixo de  sua proteção, sem outro desejo  nem  pretensão  mais  do que  estar  com  ele  e fazer a  sua vontade”.  O  filhinho  acolhido  no seio  de  sua  mãe  não  profere  palavra  alguma;  mas  diz  tudo  pelo seu  olhar  afetuoso,  que  exprime a  felicidade  de  estar  nos  braços maternais.

8)       No  fim  da meditação  não é  preciso  multiplicar  as  resoluções;  mas  devem-se renovar principalmente  aquelas  que  vão contra  nossa paixão  dominante.  A multiplicidade das resoluções embaraça  a  alma  e  não  a  torna melhor. Ordinariamente aquele que promete  muito,  dá  pouco.


9)       Santa  Teresa  quer  que durante  a  oração  tomemos  uma posição cômoda, para que o espirito não seja distraído da atenção que  devemos  prestar à  oração na presença de Deus.  Não vos canseis, pois,  conservando-vos  por  muito tempo  de  joelhos. Basta  que  o  vosso  espirito  se humilhe  diante  de  Deus,  com  o respeito,  a  confiança  e  o  amor que  lhe  são  devidos.


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