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quarta-feira, 29 de junho de 2016

DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE - Parte VII


Salve Maria, 
Daremos sequência à publicação de textos retirados do livreto do Pe. Quadrupani: "Direção para viver cristãmente". São dicas valiosas, instrutivas e animadoras para nos auxiliar na prática da vida cristã. Aproveitem! 

Viva Cristo Rei!






DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE


Rev.  Padre  Quadrupani - Barnabita.



Capítulo II – Relações com o próximo

As  relações  gerais  que  nos  unem  com  o  próximo  são  ou  de justiça,  ou  de  caridade,  e  encerram, por conseguinte, os  deveres do  coração,  do  espirito,  dos  entretenimentos,  das  posses  de  cada um  e  da  sociedade.  Do  coração na pureza dos afetos;  do espirito na  fuga  dos  juízos  e  suspeitas  temerárias; dos entretenimentos para evitar  as  palavras  injuriosas  e  a maledicência:  dos  bens,  para  a conveniente  e  bem  ordenada  distribuição  das  esmolas;  e  da sociedade  para  torná-la  virtuosa  e amável.  Toquemos  rapidamente todos  esses  pontos.






COM QUE AMOR DEVEMOS AMAR O PRÓXIMO - PARTE I:



1  —  É  necessário  amar  o  próximo,  porque  foi  criado  por Deus e  destinado  a  possuí-lo;  de  modo que  o  amor  de  Deus  e  o  do  próximo  são,  na  frase  de  S.  Gregório  o Grande,  como dois ramos que  procedem  do  mesmo tronco e tem  a  mesma  raiz.

2  —  Devemos, pois,  evitar  em nosso  coração  duas  espécies  de amor  sórdido: o  amor interesseiro e  o  amor  sensualambos  tão  opostos ao verdadeiro amor do próximo,  como  a  virtude  o  é  ao  pecado  e  a  sagrada  Sião  à  infame Babilônia.


3  —  É  preciso  evitar  o  amor sensível,  que  é  aquele  com  que amamos  o  próximo  por  causa dos encantos  do  semblante,  da  vivacidade  do  espirito,  dos talentos; numa palavra,  pelo  que  lisonjeia os  sentidos,  a  imaginação e a concupiscência.

4 -—  Este  amor  sensível  conduz rapidamente ao amor sensual.  O sábio  João  de  Ávilla  nota  que  o querermos  moderar-nos  no  amor sensível,  e  não  passar  além  dos bons  limites,  é  como  se  quiséssemos  conservar  pura  a  razão  no meio  da  loucura.

5  —  Este  amor  se nos apresenta  primeiramente  debaixo  da  aparência  de um  afeto  inocente e,  talvez,  até  virtuoso;  mas, depois, em  breve  se  transforma  num  veneno  violento.  É semelhante à serpente,  cujas  escamas  são  brilhantes  e  a  língua  elegante  e  delicada,  mas  que  baixo  destas belas  aparências  tem  escondido o  veneno  mortal. É  como  o  raio que  brilha  aos  olhos,  mas no  mesmo  momento  em  que  fuzila  também  fere  e  mata.  Fugi  pois  da intimidade  com pessoas mundanas e  levianas  e  de  sexo  diferente; não  tenhais  relações  com  elas  só por só,  por  causa  do  perigo  que há  em  nossa excessiva condescendência  e  más  inclinações.

6  -  Debaixo  do  nome  de  próximo  são  compreendidos  todos aqueles  que  já  entraram  ou  podem  entrar  no  gozo  da  felicidade celestial,  que é  a base deste amor, do  qual  por conseguinte  são  excluídos  os  demônios  e  os  condenados.

7  —  Os  infiéis  e  os  pecadores devem  ser  compreendidos  neste amor  do  próximo,  porque  podem converter-se  e  alcançar  a  salvação eterna.  Além  disso,  diz  Santo  Agostinho,  é  necessário  distinguir duas coisas no  infiel  e  no pecador:  primeira,  a  natureza  dele criada por Deus,  e  esta nós devemos amá-la;  a  segunda,  o pecado  que o homem  cometeu,  e  este  pecado nós o  devemos aborrecê-lo;  por isso  David  dizia  que  odiava  os maus  com  um  ódio perfeito. Quando teremos,  pois,  um  ódio  perfeito? Quando tivermos horror ao pecado  e  amarmos  o  pecador.

8  —  É,  pois,  necessário  amar o próximo  em  Deus,  e  este  amor deve  ser  constante; universal  e eficaz.



continua...


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