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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Via Sacra escrita por Dom Antônio de Castro Mayer.



ORAÇÃO PREPARATÓRIA


Meu Senhor Jesus Cristo, disponho-me a acompanhar-Vos no caminho que trilhastes do pretório de Pilatos ao Calvário, para Vos imolardes por minha salvação. Peço-Vos a graça de conceber grande dor e arrependimento de ter pecado, causando vossos atrozes sofrimentos, e que vosso Sangue preciosíssimo infunda em minha alma o propósito firme de nunca mais pecar.


ANTES DE CADA ESTAÇÃO


Dirigente: Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos;
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
No final da consideração, depois da Ave Maria:
Todos: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com vossa graça a emenda, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
Dirigente: Compadecei-vos de nós, Senhor!
Todos: Compadecei-vos de nós!
Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.
Todos: Amém.

OBS.: O FIEL DEVE FICAR:
DE PÉ: Durante o Cântico e a Leitura do Texto.
DE JOELHOS: Durante a leitura do texto da 12.ª Estação e demais orações.


I ESTAÇÃO



A morrer crucificado
Teu Jesus é condenado
Por teus crimes, pecador.



Jesus é condenado à morte


Dirigente: Cedendo aos clamores dos judeus, Pilatos condenou Jesus à morte na Cruz.
O que levou os judeus a pedirem a morte de Jesus Cristo foi sua infidelidade. Quiseram seguir uma religião do seu agrado, e não a Religião revelada pelo Filho de Deus humanado. Nisto imitaram a desobediência de Adão e a rejeição da vontade de Deus.
Nós estamos na mesma miserável condição. Humilhemo-nos e peçamos a Nossa Senhora nos alcance a graça de sermos fiéis à Santíssima Vontade de seu Divino Filho.

Ave Maria…



II ESTAÇÃO


Com a cruz é carregado
E do peso acabrunhado:
Vai morrer por teu amor.



Jesus com a Cruz às costas


Dirigente: Depois da vigília no Horto das Oliveiras e da atrocíssima flagelação, Jesus se submete ainda ao sacrifício de carregar a Cruz até aa Calvário.
Jesus o fez para reparar os nossos pecados. Aprendamos que sem sacrifício e o habitual espírito de mortificação, nossa religião é vã, vazia, sem merecimento. Peçamos a Nossa Senhora a graça de aceitar com alegria as mortificações que nos impõe o cumprimento de nossos deveres de estado.


Ave Maria…


III ESTAÇÃO


Pela Cruz tão oprimido,
Cai Jesus desfalecido
Pela tua salvação.


Jesus cai pela primeira vez


Dirigente: Já esgotado pela insônia, fome e perda de sangue, Jesus sucumbe ao peso da cruz e cai por terra.
Nos desígnios de Deus, esta queda é para descontar as ofensas de nossos pecados, e para nos alertar contra nossa presunção. Por nós mesmos só vamos de pecado em pecado, de queda em queda.
Peçamos a Nossa Senhora nos alcance a graça da vigilância na oração e na fuga das ocasiões de pecado.

Ave Maria…


IV ESTAÇÃO


De Maria lacrimosa,
Sua Mãe tão dolorosa,
Vê a imensa compaixão.



Jesus encontra-se com sua Mãe Santíssima


Dirigente: Na agonia, do Horto do Getsêmani e no processo infame a que foi submetido seu Divino Filho, esteve ausente Maria Santíssima. Quando, porém, vai Ele consumar o sacrifício da redenção do mundo. Ela se apresenta. É que ambos, Jesus e Maria, no decretos do Altíssimo, estão como identificado na missão redentora do homem. É como Mãe dos remidos que Maria coopera na obra da salvação.
É a esta Mãe que recorremos para nos assegurar a fidelidade a seu Divino Filho, e meio da sociedade paganizada que nos envolve

Ave Maria…


V ESTAÇÃO


Em extremo desmaiado,
Deve auxílio, tão cansado,
Receber do Cirineu.



Simão Cirineu ajuda Jesus a levar a Cruz


Dirigente: A breve trecho, no caminho do Calvário, convencem-se os verdugos do Salvador de que pela extrema debilidade, conseqüência das torturas a que tinha sido submetido, Jesus Cristo não estava em condições de carregar o seu patíbulo até ao cimo do monte. Forçaram Simão de Cirene a carregar a cruz do Salvador.
Nossa salvação, por vontade de Deus, não se realiza sem nossa cooperação. Precisamos, a nosso modo, ajudar Jesus Cristo a carregar a Cruz. E o fazemos quando não nos conformamos com a maneira de proceder de uma sociedade que, na prática, se afastou da austeridade cristã. Que Nossa Senhora nos alcance esta graça.

Ave Maria…



VI ESTAÇÃO


O seu rosto ensanguentado,
Por Verônica enxugado,
Eis no pano apareceu.



Verônica enxuga a face de Jesus


Dirigente: Do meio daquela multidão sádica que formava o séquito nefando do Salvador no caminho do Calvário, destaca-se uma mulher forte que, arrostando a arrogância dos soldados, aproxima-se de Jesus e com uma toalha Lhe limpa o sagrado rosto desfigurado pelo sangue da coroa de espinhos pelos escarros dos sicários do Sinédrio e pelas bofetadas da soldadesca bestial.
Admiremos envergonhados a fortaleza desta mulher e peçamos a Nossa Senhora nos alcance a graça de nunca trairmos por respeito humano nossa religião, com nosso procedimento.

Ave Maria…



VII ESTAÇÃO


Outra vez desfalecido,
Pelas dores abatido,
Cai em terra o Salvador.



Jesus cai pela segunda vez


Dirigente: Não obstante o auxílio do Cirineu, a enorme fraqueza do Salvador fê-lo cair uma segunda vez no caminho do Calvário.
Esta segunda queda do Salvador lembra nossas repetidas culpas e, de outro lado, da infinita misericórdia de Deus que só espera nosso arrependimento para nos soerguer.
Que a fraqueza do Redentor que o prostrou por terra, seja a nossa fortaleza, e não nos permita aceitar um meio-catolicismo ao sabor da sensualidade feito mais de quedas do que de virtudes.

Ave Maria…



VIII ESTAÇÃO


Das matronas piedosas,
De Sião filhas chorosas
É Jesus consolador.



Jesus consola as filhas de Jerusalém


Dirigente: Ao ver os tormentos a que os sicários do Sinédrio submetiam Jesus no caminho do Calvário, umas piedosas mulheres de Jerusalém não contiveram as lágrimas e expandiram em altos prantos suas consternação. Jesus, agradecido, exortou-as a que tornassem profícuos seus prantos, chorando mais por elas e seus filhos, do que por Ele.
O que Jesus deseja é a nossa salvação. Por isso ferem-Lhe mais nossos pecados do que O afligem as chagas de seu corpo ou Lhe pesa a coroa de espinhos. “Chorai por vós e por vossos filhos” – nos repete o Senhor, quando nos vê mais preocupados com nossas moléstias e os bens terrenos do que com os nossos pecados. Abra-nos os olhos a virgem Santíssima para purificar nosso catolicismo.

Ave Maria…


IX ESTAÇÃO


Cai terceira vez prostrado,
Pelo peso redobrado
Dos pecados e da cruz.


Jesus cai pela terceira vez


Dirigente: Novamente a extrema debilidade prostra a Jesus por terra. É mais uma humilhação que se junta a todas, as outras igualmente atrozes a que se sujeitou o Salvador na sua Paixão.
Fê-lo por nosso amor, nossa salvação, mas também para que compreendêssemos que, sem a aceitação amorosa das humilhações que Nosso Senhor nos envia, não participamos da Redenção, porquanto não nos assemelhamos a Jesus Cristo.
Que a Virgem Santíssima, Mãe das Dores, nos compenetre desta verdade.

Ave Maria…



X ESTAÇÃO


Dos vestidos despojado,
Por verdugos maltratado
Eu Vos vejo, meu Jesus.


Jesus é despojado de suas vestes


Dirigente: Chegado ao Calvário, foi , Jesus despudoradamente despido de suas vestes pela soldadesca imunda.
Jesus, o cândido lírio da inocência, mais branco, mais puro do que o mais puro arminho e que a mais branca neve, é apresentado nu aos olhos da multidão, tendo apenas para velar seu corpo sagrado a túnica do seu sangue sacrossanto.
Foi certamente a mais sensível das humilhações a que nossos pecados submeteram o Filho de Deus. No entanto, é a humilhação a que mesmo as pessoas que se dizem cristãs e tementes a Deus, continuam a submeter o Divino Salvador. A Virgem Mãe, pureza alvinitente, nos alcance o apego ao recato, à modéstia, ao comedimento, que são as condições indispensáveis para a prática da virtude.

Ave Maria…



XI ESTAÇÃO


Sois por mim à Cruz pregado,
Insultado, blasfemado
Com cegueira e com furor.


Jesus é pregado na Cruz


Dirigente: Estirado Jesus sobre a Cruz, esticaram-Lhe violentamente os membros e os cravaram no madeiro com grossos e pontiagudos cravos.
O suplício da Cruz era reservado aos escravos, com os quais era legítimo não ter a menor comiseração. Além disso, Jesus Cristo foi crucificado entre dois ladrões, como a indicar – diz S. Boaventura – que era o pior deles.
Tudo concorria para levar aos extremos os sofrimentos físicos e morais do Divino Salvador. Cravado na Cruz após a flagelação e coroação de espinhos, não é possível imaginar sofrimentos mais atrozes. Considerado malfeitor vil e abjeto como os crucificados, é impossível humilhação maior.
Pois esses sofrimentos, essas humilhações foram o preço de nossos pecados. Foi assim que Ele nos libertou da escravidão do demônio da morte eterna, e nos mereceu o céu no seio de Deus.
Com o coração agradecido, aprendamos a apreciar as humilhações e os sofrimentos com que Deus purifica a nossa alma, especialmente quando exigidos pelo cumprimento dos deveres de nosso estado.

Ave Maria…



XII ESTAÇÃO


Por meus crimes padecestes.
Meus Jesus, por mim morrestes.
Como é grande a minha dor!


Jesus morre na Cruz


Dirigente: Depois de três horas de tormentosa agonia, Jesus inclinou a cabeça e morreu.
Consumou-se o sacrifício. O véu do templo rasgou-se de alto a baixo anunciando a abolição da lei mosaica substituída pela lei de Cristo que a aperfeiçoa e supera, e atinge todos os homens.
Exclama São Paulo: “Estou pregado na cruz com Cristo.” É este também o ideal da vida do fiel: unir-se a Jesus Crucificado. Ou seja, tomar o caminho da renúncia de si mesmo na obediência aos legítimos superiores, nas humilhações, no espírito de mortificação, nos sacrifícios exigidos para o cumprimento dos próprios deveres. São as disposições da alma que pedimos à Virgem Santíssima presente ao pé da Cruz.

Ave Maria…


XIII ESTAÇÃO


Do madeiro Vos tiraram
E à Mãe Vos entregaram,
Com que dor e compaixão.



Jesus é descido da Cruz


Dirigente: Nicodemos e José de Arimatéia obtiveram de Pilatos o corpo de Jesus. Cuidadosamente O retiraram da Cruz e O entregaram à sua Mãe, Maria Santíssima, a quem Ele pertencia por direito materno.
A Virgem Mãe contemplou em silêncio a retidão profunda daquele rosto sempre senhor de si mesmo, embora desfigurado pelos atrozes sofrimentos e morte violenta. Contemplou, adorou, e O apresentou ao Padre Eterno como propiciação pelos nossos pecados, nossos de seus filhos adotivos.
Habituemo-nos a viver com Maria. Ela nos levará a Jesus. Ela nos dará sua graça e seu vigor para triunfarmos da multidão dos atrativos para o mal que emergem de uma sociedade imersa no egoísmo e na sensualidade.

Ave Maria…


XIV ESTAÇÃO


No sepulcro Vos deixaram,
Sepultado Vos choraram,
Magoado o coração.



Jesus é depositado no sepulcro


Dirigente: Atendida a exigência de seu direito materno, Maria Santíssima acompanho o enterro de Seu Divino Filho organizado por Nicodemos e José de Arimatéia. Foi Ele deposto num sepulcro novo, aberto na rocha, no qual ninguém tinha ainda sido sepultado.
Sobre todos desceu um ambiente de paz que sepultou o alarido da multidão infrene, quando pedia a morte do Salvador.
A paz do Senhor é a paz de consciência que repercute no homem todo, dando-lhe a sensação de um profundo bem-estar. Esta paz encontramo-la quando desalojamos de nosso coração os sentimentos egoístas e sensuais para enche-lo de caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Virtude que obteremos pela intercessão de Maria Santíssima.

Ave Maria…


Meu Jesus, por vossos passos,
Recebei-me em vossos braços,
A mim, pobre pecador.



ORAÇÃO FINAL À VIRGEM DOLOROSA


Ó Maria, minha Mãe, compartilho conVosco as dores e sofrimentos que suportastes no corpo e na alma, ao acompanhardes Vosso Divino Filho no caminho do Calvário, e ao assistirdes à sua dolorosa e humilhante morte na Cruz.

Peço-Vos que me guardeis sob vossa proteção para que não torne a pecar, renovando a Paixão de Vosso Divino Filho.

(Padre-Nosso e Ave-Maria, na intenção do Sumo Pontífice para se lucrarem as indulgências).



Pela Virgem Dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus!




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