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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Da perfeita modéstia.








“Ora, para conservar em ti este espírito de temor, de dor e de desejo, exerce-te extermente numa perfeita modéstia, justiça e piedade, afim de que, segundo escreve o Apóstolo, "renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivas sóbria, justa e piedosamente neste século".

Exerce-te numa perfeita modéstia para que, segundo a doutrina do Apóstolo, "a tua modéstia seja conhecida por todos os homens".

Exerce-te primeiro na modéstia da parcimônia no comer e vestir, no dormir e vigiar, no recreio e no trabalho, não excedendo a medida em coisa alguma.

Depois, exerce-te na modéstia da disciplina, com moderação no silêncio e no falar, na tristeza e na alegria, na clemência e no rigor, conforme as circunstâncias o exigem e a sã razão o prescreve.


Finalmente, exerce-te na modéstia da civilidade, regulando, ordenando e compondo as ações, os movimentos, os gestos, as vestes, os membros e sentidos, conforme requer a educação moral e o costume na ordem, para que merecidamente pertenças ao número daqueles aos quais o Apóstolo diz: "Faça-se tudo entre vós com decência e ordem".


Excerto do livro "A direção da alma e a vida perfeita"
Por São Boaventura


 
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