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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Do exercício da vontade e do fim com que devemos fazer todas as nossas ações interiores e exteriores.



"Outro exercício que precisas praticar, e que também diz respeito à inteligência, é o de fazer com que a vontade não se torne escrava de seus desejos, mas em tudo se conforme ao agrado divino

Lembra-te, porém, de que não te basta querer e procurar as coisas que sejam gratas a Deus. O que é preciso é que faças estas coisas unicamente porque foram queridas por Ele, e a fim de agradar unicamente a Ele. 


Cuida em te acostumares a querer e fazer tudo como que movida por Deus, e com a intenção de honrar e alegrar somente a Ele. Deus quer ser o único princípio e fim de todas as coisas. Para conseguires esta virtude, podes utilizar-te do seguinte meio:

- Quando se te oferecer a ocasião de praticar alguma coisa querida por Deus, não incline tua vontade a querê-la antes de levantar a mente a Deus e examinar se é da Divina Vontade que tu o queiras. Se o for, lembra-te que Deus quer que o faças unicamente para agradá-lO.

Distinguindo, assim, a tua vontade da Divina, cuidarás, depois, de que o motivo por que farás aquela ação será unicamente este agrado divino e Sua maior alegria e honra.

- Do mesmo modo, quando se tratar de fugires de uma coisa que Deus aborrece, não a rejeites antes de voltar os olhos de tua inteligência para a divina Vontade, que deseja que a rejeites unicamente para agradá-lO.

Acontece muitas vezes que queremos ou não queremos uma coisa interessadamente, parecendo-nos que a estamos querendo ou não querendo porque agrada ou não agrada a Deus.

Para fugir deste engano, o remédio próprio e intrínseco seria o de purificar o coração. Isto é, em despojar-se do homem velho e vestir-se do homem novo. Esta é a meta de todo este Combate Espiritual.

Estás cheia de ti mesma. Para te furtares, então, aos laços de teus inimigos, cuida, ao principiar tuas ações, de não confundires tua vontade com a de Deus, de não seguires tua opinião. 

Nem queiras, nem faças, nem rejeites nada se não te sentiste primeiro impulsionada e movida única e simplesmente pela vontade de Deus. 

Nem sempre, em todas as ações, poderás sentir em ato este motivo, máxime nas ações exteriores pequenas e passageiras, e nas interiores todas. Contenta-te, então, em sentir este motivo virtualmente, fazendo sempre a verdadeira intenção de agradar em tudo a Deus somente. 

Mas nas ações que levam algum espaço de tempo, é bom que, ao principiar, te excites neste pensamento.

Além disto, deves fazer o propósito de logo o renovar e tê-lo em mente até o fim. A não ser assim, correrias risco de cair, devido ao nosso natural amor próprio, que está mais inclinado a si mesmo que a Deus, e nos faz, às vezes, inadvertidamente, após um espaço de tempo, mudar os objetos de nossas ações e lhes dar outras finalidades. 


Se, examinando as disposições de tua alma, averiguares que te moves a fazeres aquele bem para fugir, assim, às penas do Inferno, ou com a esperança do Paraíso, ainda neste caso, considera como tua última finalidade o agrado e a vontade de Deus, que se compraz em que te livres do Inferno e entres no Seu reino.

Ninguém pode avaliar perfeitamente quanta força e virtude se adquirem tendo sempre este motivo em suas ações. Porque uma coisa qualquer, por baixa e pequena que seja, mas feita com o fim de agradar e glorificar somente a Deus, vale infinitamente mais, por assim dizer, do que muitos outros atos excelentes feitos sem este motivo. 

No começo, será dificultoso adquirir o hábito de agir em tudo com o fim de agradar somente a Deus. Mas tornar-se-á fácil, à medida que formos praticando muitos atos de desejo sobrenatural, dirigindo a Deus vivos afetos de nosso coração, como ao nosso único e perfeitíssimo Bem, que merece, por Si mesmo, que todas as criaturas O sirvam e amem sobre todas as coisas.


Devido ao Seu infinito mérito, quanto mais profundas forem estas considerações e quantas mais vezes forem meditadas, tanto mais fervorosos e frequentes serão os atos afetuosos da vontade. 

Para conseguires este hábito, insisto ainda em que, além de fazer o que já dissemos, não te esqueças de o pedir a Deus, importunando-O de orações. Deves, também, pensar muitas vezes nos inumeráveis benefícios que Deus te fez, e ainda faz, unicamente por amor e sem interesse."


Excerto do livro "Combate espiritual e o Caminho para o Paraíso"
do Ven. Servo de Deus PADRE LOURENÇO SCÚPOLI


 
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