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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Duas jovens cristãs



 

"- Quem és tu, que vens assim de mangas tão compridas, envolta nesta túnica talar, e de véu branco dominical?

- E tu, quem és, com essas vestes sem mangas e tão decotadas e curtas, de sapatos altos e cabelos cortados?

- Sou uma cristã do século XXI.

- E eu, uma cristã dos primeiros séculos de fé.


- Teu nome?

- Domitila, Águeda, Cecília, Inez, como queiras chamar-me.

- O meu pode ser Haudée, Mimi, Aída, Zizi.

- Que nomes!

- Achas graça? Pois são muito eufônicos.

- Mas não são cristãos.

- E donde vens e para onde vais?

- Venho das catacumbas de Lucila. Passei a noite na cripta com os meus irmãos. Só na solidão e no silêncio da noite pé que nos é possível, sem perigo, adorar a Deus.

- E vais?...

-Após pequeno descanso, visitar, na Suburra, uma escrava enferma, recolher o sangue e os despojos de uns mártires sacrificados hoje no Coliseu, cortar ramos de oliveira e apanhar flores para o seu túmulo. E tu?

- Volto de um baile social.

- Deu um baile? Como as meninas pagãs do meu tempo? E social?
Então a sociedade cristã vive agora a bailar? E o grande perigo para tua alma?

- Isso mesmo pergunta meu confessor.

- E?...

- Digo-lhe sempre que nenhum. São todos moços educados.

- Moços educados! Por fora e por dentro?...

- Só posso ver-lhes o exterior.

- De sorte que te preocupas só com o que aparece!

- Sim, senhora.

- Olha, menina: na cripta, para orarmos a Deus, ficamos as mulheres de um lado, e os homens do outro. Não te parece que deve ser assim?

- Pois nós, para dançarmos, temos os nossos braços seguros por esses jovens da melhor sociedade.

- E tu, menina do século XXI, te julgas como Aquiles, invulnerável? Donde está tua fortaleza?

- Faço as nove primeiras sextas feiras, comungando nesses dias.

- Nove primeiras sextas feiras para Jesus e os demais dias do mês para o mundo?

- !!...

- Nós comungamos todas as noites... nas catacumbas.

- É muito comungar.

- É muito amar a Nosso Senhor.

- Eu o amo também.

- Sei, sim.. Nas nove primeiras sextas-feiras pela manhã.

- Vós viveis em tempos de perseguição. A Eucaristia é que é a vossa força.

- E a vós, meninas cristãs, ninguém vos persegue?

- Não!

- Não!? E a vaidade?... as amizades?... as leituras?... os espetáculos e cinemas?...

-Mas tu queres que eu me encerre num convento, como religiosa?

- Sim, se tudo isso são verdadeiros perigos. Se não o são...

- Há de tudo. Os costumes variam tanto!...

- Olha, minha menina: os Mandamentos de Deus são invariáveis. E por que te vestes assim, com estes braços e colo tão despidos? Com estas vestes tão...?

- Mas!... é a moda.

- E por que não há de haver moda cristã?

- Achar-me-ão ridícula. Queres que me vista como tu, com uma túnica tão comprida e ampla, com este véu dominical?

- Só quero ver em ti menos transparências. Sabes gramática?

- Estudo para professora.

- Muito bem. Pois os verbos transparecer, descobrir, adivinhar... não se aplicam aos trajes da mulher cristã, nas suas relações com o corpo. Deve bastar-lhe o verbo cobrir... Tu me compreendes?

- Perfeitamente.

- Não te alegres por te acharem um talhe delgado, de... Rejubila-te quando te acharem um anjo de pureza e de beleza sobrenatural. Compreendes?

- Sim, sim.

- Pois medita sobre tudo isso, e adeus, senhorita Mimi.

- Adeus, Cecília."


(Revista Paroquial)



(trecho extraído do livro: Audi, filia! – Páginas para moças
Por Geraldo Pires de Souza C. SS. R. )


 
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