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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

AS VIRTUDES DE NOSSA SENHORA - Parte 2











I.                 HUMILDADE DE MARIA
Parte 2




(...)

4. É próprio do humilde prestar serviços.


Maria não se negou a servir Isabel durante três meses. Escreve S. Bernardo: “Admirou-se Isabel da vinda de Maria, porém mais admirável ainda era o motivo de sua vinda: vinha para servir e não para ser servida.”



5. O humilde gosta de uma vida retirada e despercebida


Lembra-nos São Bernardo, quando Jesus pregava numa casa e ela desejava falar com ele. Não se animou a entrar. Ficou de fora e não confiou no prestígio de mãe, mas evitou de interromper a pregação do filho. (MT 12,46).

Quis também tomar o último lugar, quando estava no cenáculo com os apóstolos. “Todos perseveravam de comum acordo em oração com as mulheres, e Maria, Mãe de Jesus” (At 1,14). Bem conhecia São Lucas qual o mérito da Divina  Mãe,  devendo  nomeá-la  antes  de  todos.  Porém,  de  fato  Maria  tinha  tomado  o  último  lugar,  depois  dos apóstolos e das santas mulheres. São Lucas, na opinião de um  autor-  os nomeou a todos e por último a Virgem, segundo o lugar que ocupava.

Diz São Bernardo: “Com razão tornou-se a primeira a que era a última porque, sendo a primeira se fizera a última”.


6. Os humildes amam finalmente os desprezos


Eis porque não se lê  que Nossa Senhora aparecesse em Jerusalém ao domingo de Ramos, quando o seu Filho  foi  recebido  com  tanta  pompa  pelo  povo.  Mas,  por ocasião  da  morte  de  Jesus,  não  receou  comparecer  em público no Calvário, aceitando assim a desonra de se dar a conhecer por mãe de um sentenciado, que ia sofrer a morte de um criminoso.

Ela mesma disse uma vez a S. Brígida: “que há de mais humilde, do que ser chamado de louco, sofrer privação de tudo e ter a si mesmo por último de todos? Ó filha, era assim a minha humildade, na qual estava minha alegria e todo desejo de meu coração; pois minha única preocupação era ser em tudo semelhante a meu Filho.”

O Senhor mostrou um dia a S. Brígida  duas mulheres: uma toda luxo e vaidade. Esta  –  disse Ele  –  é a soberba.  Contempla essa  que tem  a cabeça baixa, que é serviçal para com todos, pensando em Deus unicamente e convencida do seu nada: é a Humildade e chama-se Maria.

Diz S. Bernardo: “Se não podes imitar a humilde Virgem em sua pureza, imita ao menos a pura Virgem em  sua humildade”.  Ela  aborrece os soberbos e só chama a si os humildes diz o Santo Ricardo de S. Lourenço: “Maria  protege-nos  sob  o  manto  da  humildade”.  O  mesmo  quis  dizer  ela  a  Santa  Brígida  quando  falou:  “Vem também tu minha filha, esconde-te debaixo do meu manto, que é a humildade”.  Acrescentando que a meditação de sua humildade era um  manto bom e aquecedor. Um  manto aquece só quem o traz, não em pensamento,  mas em realidade. Assim também minha humildade aproveita só aqueles que se esforçam por imitá -la.

Martinho d’Alberto, jesuita,  costumava varrer a casa e ajuntar o lixo por amor da Virgem, apareceu-lhe um dia a Mãe de Deus, refere o Padre Nieremberg, agradeceu-lhe esse obéquio, dizendo: “Como me é agradável a humilde ação que praticas por amor de mim”.

Oração:  “Ó minha Rainha, não poderei ser vosso filho, se não for humilde. Não vedes, porém, que meus pecados, depois de me terem tornado ingrato(a) ao meu Senhor, me tornaram também soberbo(a)? Ó minha Mãe, remediai a este mal e, pelos merecimentos de vossa humildade, impetrai-me a graça de ser humilde e tornar-me vosso(a) filho(a). Amém”


Excerto do Livro “Glórias de Maria”

 de Santo Afonso de Ligório














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