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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

EM QUE CONSISTE A PERFEIÇÃO CRISTÃ.









“Filha amantíssima em Cristo se queres alcançar o cume da perfeição, chegar ao teu Deus, e te unires a Ele – empreendimento mais nobre que quantos outros se possam imaginar – deves, primeiro, conhecer em que consiste a verdadeira vida espiritual.

sábado, 22 de outubro de 2016

Saudação das Virtudes




1 Salve, rainha sabedoria, o Senhor te guarde por tua irmã, a pura simplicidade!

2 Senhora santa pobreza, o Senhor te guarde por tua santa irmã, a humildade!

3 Senhora, santa caridade, o Senhor te guarde por tua santa irmã, a obediência!

4 Santíssimas virtudes todas, guarde-vos o Senhor, de quem procedeis e vindes a nós!

5 Não existe no mundo inteiro homem algum em condições de possuir uma de vós, sem que ele morra primeiro.

6 Quem possuir uma de vós e não ofender as demais, a todas possui;

7 E quem a uma ofender, nenhuma possui e a todas ofende (cfr. Iac 2,10).

8 E cada uma por si destrói os vícios e pecados.

9 A santa sabedoria confunde a Satanás e todas as suas astúcias.

10 A pura e santa simplicidade confunde toda a sabedoria deste mundo (cfr. 1Cor 2,6) e a prudência da carne.

11 A santa pobreza confunde toda a cobiça e avareza e solicitudes deste século.

12 A santa humildade confunde a soberba e todos os homens deste mundo e tudo quanto há no mundo.

13 A santa caridade confunde todas as tentações do demônio e da carne e todos os temores carnais (cfr. 1Jo 4,18).


14 A santa obediência confunde todos os desejos sensuais e carnais e mantém o corpo mortificado para obedecer ao espírito e obedecer a seu irmão, e torna o homem submisso a todos os homens deste mundo, e nem só aos homens, senão também a todas as bestas e feras para que dele possam dispor o que quiserem, até o ponto que lho for permitido do alto pelo Senhor (cfr. Jo 19,11).





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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Piedosas mulheres.






"(...) Piedosas mulheres apreciai, como vos cumpre, os dons de Deus; amai sempre Aquele que tanto vos amou antes que o amásseis.

Quando outrora estava Ele prestes a exalar o último suspiro, pendente do madeiro sacrossanto banhado com seu sangue, e onde seu amor aguilhoara seu poder, lançou a vista pos sobre a multidão que circundava seu suplício, a ver se algumas almas generosas, alguns olhares compassivos, contrabalançavam em seu espírito o dissabor de tantas apostasias: e seus olhos adoráveis contaram um homem e três mulheres!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sobre a Virtude.





"(...) Virtude é o hábito de agir honestamente de acordo com as normas retas de conduta. Só se é realmente livre quem sabe dominar-se. 

A moça virtuosa é livre. Controla a afetividade, reprime energicamente os impulsos passionais: declarações imprudentes de amor, carícias extemporâneas, explosões de cólera, numa palavra: toda a impetuosidade irracional do temperamento, dos instintos inferiores.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Como devemos nos unir com a divina vontade.




"(...) Prossigamos e consideremos em que coisas nos devemos unir com a divina vontade.

1) Devemos unir-nos a vontade de Deus nas coisas naturais, como quando faz frio, calor, quando chove, ou em tempo de escassez ou epidemia e em outros casos iguais.

Devemos abster-nos de dizer: 
- que intolerável frio!
- que horroroso calor!
- que desagradável estação!
- ou fazermos uso de algumas expressões que mostrem a nossa repugnância para com a vontade de Deus.

Devemos querer tudo como é, porque Deus de tudo dispõe.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A maior felicidade que o homem pode experimentar.



"(...) Aqueles que amam a Deus, vivem sempre satisfeitos, porque todo o seu prazer é cumprir a divina vontade, mesmo nas coisas que lhe são desagradáveis, tanto que as inquietações se mudam em deleites pelo pensamento de que, aceitando-as voluntariamente, agradam a seu amado Senhor.

"Tudo quanto acontecer ao homem justo, o não entristecerá" (Provérbios, XII, 21). E, com efeito, que maior felicidade pode o homem esperimentar, do que o cumprimento de seus desejos?

Então, quando se deseja o que Deus quer, tem cada um tudo quanto deseja, pois que (exceto o pecado) tudo quanto suceder no mundo é pela vontade de Deus.

As almas resignadas, diz Salviano, quando se sentem humilhadas, confessam a sua humilhação; quando são pobres, sofrem voluntariamente a sua pobreza; em uma palavra, resignam-se a tudo quanto lhes acontece, e por isso são sempre felizes durante a vida.

Se chega o calor, o frio, ou a chuva, aquele que se conforma à vontade do Senhor diz: "Eu desejo que haja calor, e frio, ou chuva, porque esta é a vontade de Deus."

Se a pobreza, a perseguição ou doença o afligem, ou a mesma morte, ele dirá: "eu desejo ser pobre, perseguido ou doente, porque esta é a vontade de Deus." 

É esta a gloriosa liberdade que os filhos de Deus gozam, a qual vale mais do que todos os reinos e principados deste mundo: Esta é a sólida paz que os Santos desfrutam, que excede a toda a compreensão. E todos os prazeres sensuais, festas, banquetes, honras e mundanas gratificações são vaidade e caducidade, e, enquanto que fascinam e entretem por alguns momentos, afligem o espírito, onde só pode haver a verdadeira felicidade.

Aqui exclama Salomão, depois de ter esgotado o gozo das delícias do mundo: "Mas isto é também vaidade e vexação de espírito".

O louco, diz o Espírito Santo, muda como a lua, mas o homem justo continua em seu juízo, assim como o sol. 

O insensato, isto é, o pecador, muda como a lua, hoje está no crescente, amanhã no minguante, hoje está alegre, amanhã triste, hoje meigo, amanhã furioso; e por que? Porque a sua felicidade depende da prosperidade e adversidade que ele pode encontrar, e então muda conforme as circunstâncias.

Mas o homem justo é como o sol, sempre igual na sua serenidade, sejam os sucessos quais forem; porque a sua felicidade está na conformidade com a vontade divina, e por esta conformidade goza uma inalterável paz.


"Paz na terra aos homens de boa vontade", disse o Anjo aos pastores (S. Lucas, II, 14) E quem são estes homens de boa vontade? São aqueles que estão unidos à divina vontade, a qual é sempre soberanamente boa e perfeita.



Excerto do livro "Tratado da Conformidade com a Vontade de Deus",
de Santo Afonso Maria de Ligório.

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sábado, 15 de outubro de 2016

A PEQUENA VIRTUDE DA ESPERANÇA





"Aqui em baixo, tudo termina; em no entanto, nada termina, tudo recomeça. Ao finalizar o ano, fazemos por dentro as contas das alegrias e das tristezas que nos trouxeram esses 365 dias. Os dias bons passaram, e os maus também jamais voltarão. Talvez a lembrança de um luto nos aperte o coração; o rosto da pessoa amada, é bem verdade, não o veremos de novo. Melancolia dos dias que se vão e não voltam mais.
Mas já no dia seguinte a casa se enche da algazarra das crianças, que vos desejam os votos tradicionais: "Feliz Ano Novo"! E essa alegria dos pequenos acende em vós algo de muito mais maravilhoso, posto por Deus no coração dos homens: a pequena virtude da esperança.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Da necessária uniformidade da nossa vontade com a vontade de Deus









"Toda a nossa perfeição consiste em amar ao nosso amabilíssimo Deus. "A caridade é o vínculo da perfeição" (Coloss. III.4) E toda a perfeição do amor de Deus consiste em unir a nossa vontade com a Sua santíssima vontade.

"O principal efeito do amor, diz São Dionísio, é unir a vontade daqueles que se amam de maneira que se torne uma e a mesma vontade." Por conseguinte, quanto mais uma pessoa está unida com a vontade divina, maior será o seu amor. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O momento presente.








"Santificar-se, é amar a Deus, é impregnar deste amor toda sua vida, é fazer passar a todas as mínimas ações de uma existência este sopro sobrenaturam, esta intenção reta, este desejo de pertencer a Deus.


É isto possível?


Oh! Certo, isto é realizável e muitas almas simples alcançam cada dia este sublime ideal.


Que nos é necessário fazer para sermos do número destas almas felizes?


A alma de boa vontade deve começar simplificando sua tarefa.


Nunca seria demais repetir: quase todas as almas complicam por gosto o trabalho da perfeição; ao empreender a viagem para a santidade sobrecarregam-se de um fardo inútil; perdem suas forças em ocupações sem importância ou de utilidade contestável.


É necessário, pois, reduzir todo o trabalho da perfeição a um único ponto bem preciso, isto é, ao momento presente; é necessário limitar a vida, a atividade, ao dever presente, procurar bem, para isto, empregar todo o cuidado, toda a vigilância possível.


Nossa vida não é senão uma sucessão de momentos. Nela, nada de real, senão este curto instante que se passa sem cessar. Não vivemos senão do presente. Santificá-lo é o nosso único dever: não podemos nada fazer de melhor para nossa santificação e para glória de Deus.

Oh! Se compreendêssemos esta verdade ao mesmo tempo tão simples e tão consoladora. Entre Deus e a alma de boa vontade só há um ato: o ato de amor. Graças a ele, a alma une-se a Deus a cada instante. 


Deus é um bom Pai. No momento oportuno, Ele nos dará o que for necessário para nossa perfeição. Nossa santidade é antes de tudo Sua obra. Foi Ele quem traçou o plano e quem o executa em todos os seu pormenores.

Cada momento, Ele nos apresenta um dever a cumprir. Do conjunto de todos os instantes bem empregados surgirá o magnífico edifício da nossa perfeição.


O momento presente contém para cada um de nós a santidade. Deus depositou nele um tesouro inestimável. Se a alma o deixa escapar, ele está perdido para sempre."




Excerto adaptado do livro "A Boa Vontade", do Pe. José Schrijvers



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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Da maledicência e das palavras injuriosas.








1     —  Há  muitas  escolas  no mundo  onde  se  ensina  a  falar bem;  não  há  porém nenhuma  onde  se  ensine  a  calar-se  bema não  ser  a  de  Jesus  Cristo.  Se nesta  escola  aprendeis  a  calar-vos,  aprendereis também  a falar bem,  isto  é,  a  falar  segundo  a caridade  para  com  o  próximo  e, portanto,  evitar  primeiro  que  tudo  a  murmuração.

2 —  A  murmuração  consiste:
1º. Em  atribuir  ao  próximo  o mal  que  nele não existe;
2º. Em exagerar o  mal  que ele  cometeu;
3º. Em  manifestar  o  mal que é ocultosem  motivo  algum  de necessidade  ou  de utilidade; 
4º. Em  interpretar  o  bem  maliciosamente ;
5º. Em negar,  ocultar  ou diminuir  o  louvor que  o  próximo merece.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Sobre a vida familiar.


Salve Maria!

Finalmente encaminho a tradução de um lindo e muito útil sermão proferido no Domingo depois da Ascensão/2016, pelo Re. Pe. Altamira que trata sobre a vida familiar.

Peço a Deus que possamos dirigir nossas vidas catolicamente, amando-O em primeiro lugar, buscando sempre a Verdade, guardando a Fé e trabalhando diariamente nossa emenda e santificação para a salvação de nossas almas. Sem ilusões, sem apegos e sem perda de tempo.

Viva Cristo Rei!









SERMÃO DO DOMINGO DEPOIS DA ASCENSÃO 

Rev. Pe. Altamira
(Bogotá, 2016)


Queridos filhos:

Neste “Domingo depois da Ascensão”, queria lhes fazer uma breve homilia comentando algumas passagens da Epístola da Missa de hoje, e, dentre tantas coisas que se poderiam dizer, relacionar esta epístola com os problemas “atuais” que pesam sobre, padecem ou suportam nossas famílias: Queria fazer uma aplicação deste texto para a vida familiar.

Trata-se da Primeira Epístola do Apóstolo São Pedro (Pe 4,7-11), carta do primeiro Papa da História. Já algumas vezes temos dito que as famosas “Encíclicas” dos Papas são também “cartas”, cartas a todo o Orbe católico. Utilizaremos, então, esta “Encíclica do Papa São Pedro”. Veremos algumas poucas passagens desta epístola e faremos alguns comentários.

Estote prudentes et vigilate in orationibus”: Sede prudentes e vigiai na oração.

Sede prudentes”, diz São Pedro; e, ao contrário de “sermos prudentes”, temos muitas coisas para dizer sobre a vida familiar. Não é prudente deixar que os filhos (ou até os esposos) se entretenham com joguinhos de computador ou de celular. “Lá estão o dia inteiro...”; na realidade, não devem ficar nem trinta minutos com esses joguinhos!

Existem famílias que têm seus filhos viciados nestes jogos, “passam toda a noite jogando, horas e horas”; e existem mães que já não sabem o que fazer. Um jovem chegou a dizer algo assim como que “jogar em rede”, eu não sei qual desses jogos, e disse que isso era “a finalidade de sua vida”, ou seja... Que “finalidade de uma vida” é um joguinho eletrônico?

Além disso, esses joguinhos destroem a capacidade intelectual de seus filhos; depois se tornam incapazes de se concentrar, incapazes de passar horas estudando com um livro (como muitas vezes há que se fazer; todos sabemos disso).

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A pequena virtude da discrição.








A pequena virtude da discrição




"(...) Não se deve falar sem discernimento; e precisamente a arte de discernir o que se deve dizer em cada caso, bem como a maneira de dizê-lo, é o objeto da virtude da discrição, uma virtude "pequena", mas que contribui poderosamente para a paz do lar.

A virtude da discrição consiste, em primeiro lugar, em não querer saber tudo; e, depois, em saber não dizer tudo.