Sobre a Moda
(...)
"E igualmente patente, como origem e finalidade
da veste, é a exigência natural do pudor entendido quer no sentido mais largo,
que compreende também a devida consideração pela sensibilidade de outrem em
face de objetos repugnantes à vista; quer sobretudo como proteção da
honestidade moral e escudo contra a sensualidade desordenada.
O pudor, visto a sua significação
estritamente moral, qualquer que seja a sua origem, funda-se sobre a tendência
inata e mais ou menos consciente de cada um a defender, na indiscriminada
cobiça de outrem, um bem físico seu, a fim de reservá-lo, com prudente escolha
de circunstâncias, aos sábios fins do Criador, por Ele mesmo colocado sob o
escudo da castidade e da pudicícia.
Esta segunda virtude, a pudicícia, cujo
sinônimo “modéstia” (de “modus”, isto é, medida, limite) exprime talvez melhor
a função de governar e de dominar as paixões, especialmente as sensuais, é
baluarte natural da castidade, o seu forte antemural, pois modera os atos
proximamente conexos com o objeto próprio da castidade. Como sua sentinela
avançada, a pudicícia faz sentir ao homem a sua advertência desde que este
adquire o uso da razão, antes ainda de aprender a noção de castidade e do seu
objeto, e acompanha-o por toda a vida, exigindo que determinados atos, em si
honestos, porque divinamente estabelecidos, sejam protegidos pelo discreto véu
da sombra e pela reserva do silêncio, como que para lhes conferir o respeito
devido à dignidade da sua elevada finalidade.
É pois justo que a pudicícia como depositária
de bens tão preciosos reivindique para si uma autoridade preponderante sobre
qualquer outra tendência ou capricho e presida à determinação dos modos de
vestir."
Excertos Alocução de Pio XII (1957)
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Linda essa pintura! É incrível a maneira como os pintores de antigamente conseguiam passar tanta realidade. Eu fico imaginando como nos tempos atuais não conseguimos ter artistas como os de antes.
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