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quarta-feira, 6 de julho de 2016

DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE - Parte X


Salve Maria, 
Daremos sequência à publicação de textos retirados do livreto do Pe. Quadrupani: "Direção para viver cristãmente". São dicas valiosas, instrutivas e animadoras para nos auxiliar na prática da vida cristã. Aproveitem! 

Viva Cristo Rei!






DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE


Rev.  Padre  Quadrupani - Barnabita.



Capítulo II – Relações com o próximo

As  relações  gerais  que  nos  unem  com  o  próximo  são  ou  de justiça,  ou  de  caridade,  e  encerram, por conseguinte, os  deveres do  coração,  do  espirito,  dos  entretenimentos,  das  posses  de  cada um  e  da  sociedade.  Do  coração na pureza dos afetos;  do espirito na  fuga  dos  juízos  e  suspeitas  temerárias; dos entretenimentos para evitar  as  palavras  injuriosas  e  a maledicência:  dos  bens,  para  a conveniente  e  bem  ordenada  distribuição  das  esmolas;  e  da sociedade  para  torná-la  virtuosa  e amável.  Toquemos  rapidamente todos  esses  pontos.




DOS JUÍZOS  TEMERÁRIOS E DAS SUSPEITAS - Parte II



continuando...


7  — É cousa  dificílima  que um  bom  cristão  seja  culpado  de juízo  temerário,  isto  é,  que  condene  o  seu  próximo  com  certeza  de  juízo,  sem  motivos justos para isso. Ordinariamente não  são senão suspeitas  ou  temores, e para isso  bastam motivos  muito  menos fortes.

8 —  A  suspeita  é  permitida quando tem por  objeto o cuidado dos  seus  próprios  interesses. Aquele  que  receia formar suspeitas não  é  um  homem virtuoso, mas imprudente  e  néscio
A caridade cristã proíbe a  malícia  dos  pensamentos  e  não  a vigilância e circunspecção.

9 —  A  suspeita  é também  permitida,  e  até  algumas  vezes  de obrigação,  principalmente  nas  pessoas que  tem  a seu  cargo  dirigir outras:  como  são  os  pais  a  respeito  de  seus  filhos,  os  amos  a respeito  de  seus  criados;  pois nesse  caso,  trata-se  de  remediar um  mal  que  existe,  ou  de  impedi-lo  quando  haja  motivos  razoáveis  para  receá-lo.

10  —-  Uma  coisa  é supor um mal  como  possível, outra  coisa  é supô-lo  como  real.  Na  primeira suposição  não  há  o  menor pecado.  Encontrais  numa  mata  um homem armado de espingarda, que pode ser  um caçador; suspeitando que  talvez seja  um  ladrão,  acautelai-vos...  Nisto  não  cometeis pecado algum, pois suspeitais que o  mal  é possível,  sem todavia  crer que  ele  exista.

11  —  É necessário também não confundirmos a  desconfiança  com a  suspeita.  A  desconfiança  ou  terror  é um  estado  passivo,  que  não depende de nossa vontade,  a suspeita,  pelo  contrario,  é  um  ato voluntário  da  nossa  alma.

12  —  A  suspeita  nasce  muitas  vezes  de  um temperamento tímido  e propenso à tristeza. Quando não há intervenção do entendimento que distingue e da vontade que aprova,  a suspeita,  ainda  a  que  não tem fundamento algum,  não  é  pecado.  Tenhamos sempre  diante  dos  olhos o grande princípio  que Santo Agostinho recomenda  muitas vezes:  “ O mal, que não é conhecido nem é voluntário, deixa de ser um mal, isto é, deixa de ser pecado.”


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