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sexta-feira, 1 de julho de 2016

DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE - Parte VIII


Salve Maria, 
Daremos sequência à publicação de textos retirados do livreto do Pe. Quadrupani: "Direção para viver cristãmente". São dicas valiosas, instrutivas e animadoras para nos auxiliar na prática da vida cristã. Aproveitem! 

Viva Cristo Rei!






DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE


Rev.  Padre  Quadrupani - Barnabita.



Capítulo II – Relações com o próximo

As  relações  gerais  que  nos  unem  com  o  próximo  são  ou  de justiça,  ou  de  caridade,  e  encerram, por conseguinte, os  deveres do  coração,  do  espirito,  dos  entretenimentos,  das  posses  de  cada um  e  da  sociedade.  Do  coração na pureza dos afetos;  do espirito na  fuga  dos  juízos  e  suspeitas  temerárias; dos entretenimentos para evitar  as  palavras  injuriosas  e  a maledicência:  dos  bens,  para  a conveniente  e  bem  ordenada  distribuição  das  esmolas;  e  da sociedade  para  torná-la  virtuosa  e amável.  Toquemos  rapidamente todos  esses  pontos.





COM QUE AMOR DEVEMOS AMAR O PRÓXIMO - PARTE II:


continuação... 


9 – 0 amor deve ser constante, porque o fim para que amamos é constante. Se o próximo vos ofendeu, não deixa por isso de ser obra de Deus, destinada a possuí-lo, e como tal não perdeu o direito de ser por vós amado.

Podeis aborrecer o joio que cresce n’um  terreno  inculto,  mas  não  o terreno  mesmo,  o  qual  se  fosse bem cultivado  produzia bom trigo.


10 — Todavia não está em nossa mão o deixar de sentir certa repugnância  para  com  nossos  ofensores; porém uma coisa é sentir, outra cousa é consentir: quando Deus  nos  manda  amar  os  nossos  inimigos e os que nos ofenderam, é à parte superior do nosso espirito  e  à  vivacidade  da nossa fé  que  ele  dirige  esse  mandamento, e  não  ao  nosso  apetite  sensitivo.

11  —  Além  disso,  este  amor deve  ser  universal  e,  portanto, assemelhar-se  ao  orvalho  benfazejo que  cai  igualmente sobre as rosas  e  sobre  os  espinhos;  sobre os  palácios dos  ricos,  como  sobre a  humilde  cabana  dos  pobres.  Se da  fé  excluirmos  um  só  artigo, deixa  de  ser  verdadeira  fé; o mesmo acontece à caridade fraternal, se dela excluirmos uma só pessoa.

12  —  Este  amor,  porém,  ainda que  universal,  admite,  em quanto aos seus  graus,  maior  ou  menor intensidade,  segundo  as  afeições ditadas  pela  natureza,  pela  gratidão  e  outros  motivos  honestos. É'  por  isso,  diz  S.  Tomás,  que os laços do sangue, e os que existem  entre  os  indivíduos  de  um mesmo  país, que receberam a mesma  educação,  e que tem  inclinações  semelhantes,  tornam  mais forte para com  certas pessoas o amor, cujo  principio  procede  de  Deus  e nele  acaba;  e  segundo  essas relações estimam-se e  amam-se  mais os  parentes,  os  benfeitores,  as pessoas  sábias  e  virtuosas, numa palavra,  aqueles que estão mais próximos a nós ou a Deus.

13  —  Finalmente  o  amor  do próximo  deve  ser  eficaz,  isto  é, deve socorrer quanto pode o nosso  próximo em suas necessidades. O  fogo  que  não  queima,  diz  São Gregório,  não  é fogo; do  mesmo modo  é o  amor :  se ele não opera e não faz bem, quando pode, ao próximo necessitado, deixa de ser amor.

14  - Não devemos recusar os testemunhos  comuns  da  civilidade e da caridade nem aos nossos inimigos nem aos que nos ofenderam; antes devemos estar prontos  a  socorrê-los  de  uma  maneira especial,  quando precisarem.

15 — Ainda que sejam proibidos o ódio interior e a excessiva repugnância contra as pessoas más e as que nos ofenderam, todavia a circunspecção (precaução no agir e no falar) algumas vezes não o é; antes é nessa  ocasião  o  efeito  de  uma prudência  indispensável.  

Há pessoas com quem se não pode viver em  paz,  sem  que  se  viva  longe delas. Neste caso a distância é um ato de prudência e não de inimizade.  Quem há aí que não fuja de um doente empestado e contagioso? Ora, neste caso não é o ódio que nos faz fugir do doente, mas sim o  medo  da  doença.  A  caridade  leva-nos  a amar nossos  irmãos e a fazer-lhes  bem,  mas não a proteger  os  maus, nem a expor a  inocência e a simplicidade dos bons  às suas  maldades  e enganos. 

Sede  simples  como a  pomba, diz Jesus Cristo, mas também  sede prudentes  como  a  serpente.

16 - Tende cuidado em que uma oculta e sutil paixão vos não apresente debaixo de uma prudência razoável aquilo que talvez proceda de um secreto rancor.





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