A prática generosa da
mortificação dispõe a alma para outra purificação mais profunda que Deus mesmo
realiza, com o fim de destruir completamente os germes de morte que
ainda subsistam em nossa sensibilidade e faculdades superiores.
Mas não basta considerar
as raízes dos sete pecados capitais; é
preciso analisar suas consequências.
Como consequências do
pecado se entendem geralmente as más inclinações que os pecados deixam em nosso
temperamento, mesmo depois de apagados pela absolvição.
Entretanto, também pode
entender-se como consequências dos pecados capitais os demais pecados que têm
sua origem neles.
Os pecados capitais
assim se chamam porque são um como
princípio de muitos outros; temos, em primeiro, inclinação para eles e
depois, por meio deles, para outras faltas às vezes mais graves.
É dessa forma que a
vanglória gera desobediência, jactância, hipocrisia, disputas, discórdia, afã
de novidades, pertinácia.
A preguiça espiritual
conduz ao desgosto das coisas espirituais e do trabalho de santificação, em
razão do esforço que exige, engendrando a malícia, o rancor ou a amargura
contra o próximo, a pusilanimidade ante o dever, o desalento, a cegueira
espiritual, o esquecimento dos preceitos, a busca do proibido.
Igualmente, a inveja ou
desagrado voluntário do bem alheio, bem que temos como mal nosso, engendra o
ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria do mal alheio e a tristeza por seus
triunfos.
Por sua vez, a gula e a
sensualidade geram outros vícios e podem conduzir à cegueira espiritual, ao
endurecimento do coração, ao apego à vida presente até à perda da esperança da
vida eterna, ao amor de si mesmo até ao ódio de Deus e à impenitência final.
Excerto do livro "As três idades da
vida interior"
do padre Reginald Garrigou-Lagrange
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