Frequentemente, os
pecados capitais são mortais. Podem existir de uma maneira muito vulgar e
baixa, como em muitas almas em pecado mortal, ou bem podem também existir, nota
São João da Cruz, em uma alma em estado de graça, como outros tantos desvios da
vida espiritual. Por isso se fala às vezes da soberba espiritual, da gula
espiritual, da sensualidade e da preguiça espiritual.
A
soberba espiritual inclina, por exemplo, a fugir daqueles que nos
dirigem reprimendas, ainda quando tenham autoridade para isso e no-las dirijam
justamente; também pode levar-nos a
guardar-lhes certo rancor em nosso coração.
Quanto à gula espiritual, poderia fazer-nos
desejar consolos sensíveis na piedade, até o ponto de buscarmos nela mais a nós
mesmos que a Deus. É o orgulho espiritual a origem do falso misticismo.
Felizmente,
diferentemente das virtudes, estes vícios não são conexos, ou seja, pode-se
possuir uns sem os outros, e muitos são até contrários entre si: assim, não é
possível ser avaro e pródigo ao mesmo tempo.
A
enumeração de todos estes tristes frutos do exagerado amor de si deve levar-nos
a um sério exame de consciência e nos ensina, ademais, que o
terreno da mortificação é muito extenso, se quisermos viver uma vida cristã
profunda.
Excerto do livro "As três idades da
vida interior"
do padre Reginald Garrigou-Lagrange
(Grifos
nossos)
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