"Santificar-se, é amar a Deus, é impregnar deste amor toda sua vida, é fazer passar a todas as mínimas ações de uma existência este sopro sobrenaturam, esta intenção reta, este desejo de pertencer a Deus.
É isto possível?
Oh! Certo, isto é realizável e muitas almas simples alcançam cada dia este sublime ideal.
Que nos é necessário fazer para sermos do número destas almas felizes?
A alma de boa vontade deve começar simplificando sua tarefa.
Nunca seria demais repetir: quase todas as almas complicam por gosto o trabalho da perfeição; ao empreender a viagem para a santidade sobrecarregam-se de um fardo inútil; perdem suas forças em ocupações sem importância ou de utilidade contestável.
É necessário, pois, reduzir todo o trabalho da perfeição a um único ponto bem preciso, isto é, ao momento presente; é necessário limitar a vida, a atividade, ao dever presente, procurar bem, para isto, empregar todo o cuidado, toda a vigilância possível.
Nossa vida não é senão uma sucessão de momentos. Nela, nada de real, senão este curto instante que se passa sem cessar. Não vivemos senão do presente. Santificá-lo é o nosso único dever: não podemos nada fazer de melhor para nossa santificação e para glória de Deus.
Oh! Se compreendêssemos esta verdade ao mesmo tempo tão simples e tão consoladora. Entre Deus e a alma de boa vontade só há um ato: o ato de amor. Graças a ele, a alma une-se a Deus a cada instante.
Deus é um bom Pai. No momento oportuno, Ele nos dará o que for necessário para nossa perfeição. Nossa santidade é antes de tudo Sua obra. Foi Ele quem traçou o plano e quem o executa em todos os seu pormenores.
Cada momento, Ele nos apresenta um dever a cumprir. Do conjunto de todos os instantes bem empregados surgirá o magnífico edifício da nossa perfeição.
O momento presente contém para cada um de nós a santidade. Deus depositou nele um tesouro inestimável. Se a alma o deixa escapar, ele está perdido para sempre."
Excerto adaptado do livro "A Boa Vontade", do Pe. José Schrijvers
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