Muitos são os modos pelos quais os
fiéis podem e devem ajudar os outros no cuidado com a sua Salvação Eterna.
Além da oração, sacrifícios, boas obras de toda a espécie, aceitação
paciente dos sofrimentos e seu oferecimento a Deus pelas mãos da Virgem Maria,
os fiéis são ajudados no seu caminho para a Salvação pelo bom exemplo de uma
vida cristã no cumprimento de todas as exigências, sérias mas amorosíssimas, da
nossa Fé; porque deste lado do Paraíso o Amor verdadeiro exige sacrifício.
"E todo aquele que não tomar a sua
cruz e Me seguir não pode ser Meu discípulo." (Lc 14,27)
Tal exigência inclui modéstia no
vestir, uma vez que a modéstia pressupõe, em primeiro lugar, respeito pelo próprio corpo por ser
"o templo do Espírito Santo"
(1 Cor 6,19) ou, melhor dizendo, amor e respeito pelo Próprio Deus presente no
meu corpo e também caridade para com o próximo, que pode sofrer tentações e
cair no pecado se eu não me vestir e comportar recatadamente.
Tal desordem dos apetites é uma
consequência do Pecado Original e do fato de não ser possível
considerar o ser humano num estado de natureza perfeita, como alguns gostariam
que fosse, pois está ferido pelo pecado e, tristemente, tende para o mal.
Jesus Cristo, nosso Salvador, redimiu-nos, mas não reintegrou a nossa
natureza no estado de perfeição original. Feridos pelo pecado, mas restaurados
e com renovado vigor pela Graça santificante, devemos "tratar da nossa salvação
com temor e tremor". (Fl 2,12)
E não devemos esquecer o aviso que Nosso Senhor nos deu: "É impossível que não haja escândalos: mas ai
daquele por quem vem o escândalo. Seria melhor para ele que lhe pendurassem uma
mó de moinho ao pescoço e fosse atirado ao mar do que ele escandalizasse um destes
pequeninos." (Lc 17,1-2)
Portanto, irmãs e irmãos, recordemo-nos da exortação do Apóstolo, que é
sempre atual através dos tempos: "Fazei
tudo sem murmurações nem hesitações, para serdes sem mancha e filhos sinceros
de Deus, sem necessidade de censura no meio duma geração corrompida e perversa,
no meio da qual brilhareis como luzes no mundo; erguendo a Palavra da Vida para
minha glorificação no dia de Cristo, porque não corri em vão nem trabalhei em
vão." (Fl 2,14-16)
O convite que Jesus Cristo nos faz a todos é belo e reconfortante, mas
também exige sacrifício – os
sacrifícios do nosso dever quotidiano para com Deus, o que inclui ajudar os nossos irmãos e irmãs a
irem para o Céu e não sermos um obstáculo à sua salvação pelo facto de nos
vestirmos com falta de modéstia.
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