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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

AS VIRTUDES DE NOSSA SENHORA - Parte 3








II. SUA CARIDADE PARA COM DEUS


1.  Deu o Senhor aos homens o preceito: “amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração (MT 22,37) Quem como ela cumpriu o preceito de amar a Deus de todo o coração? Tão intenso era-lhe o incêndio do amor divino, que não restava lugar para a menor imperfeição.


De tal modo o amor divino feriu a alma de Maria, diz S. Bernardo, que não restava lugar para menor imperfeição. Até os serafins, exclama Ricardo de S. Vitor, podiam descer do céu para aprender no coração de Maria a maneira de amar a Deus.

Diz  S.  Bernardino:  “Assim  como  de  um  intenso  fogo  fogem  as  moscas,  assim  do  coração  de  Maria, fogueira de caridade, eram expulsos os demônios, de modo que nem tentavam aproximar-se dele. Os príncipes das trevas de tal maneira temiam a Virgem Santíssima, que nem ousavam chegar -se para tentá-la, porque as chamas de sua caridade os afugentavam.”

Nem o sono impedia a Mãe de Deus de amar seu Criador. Tal privilégio foi concedido aos nossos primeiros pais no estado de inocência. Santo Ambrósio afirma: Enquanto seu corpo repousava, vigiava sua alma. Realizou -se assim na Virgem a passagem dos Provérbios: “A sua candeia não se apagará” (31,18).

E já que Maria ama tanto a seu Deus, nada exige de seus servos senão que o amem, tanto quanto possível.

Disse ela à Bem aventurada Ângela de Foligno, que havia comungado: Ângela, abençoada sejas por meu Filho, e procura amá-lO quanto puderes. Igualmente falou a Santa Brígida: Filha, se queres prender-me a ti, ama a meu Filho.



III. SUA CARIDADE PARA COM O PRÓXIMO


O amor para com Deus e para com o próximo nos é imposto pelo mesmo preceito: “E nós temos de Deus este mandamento que o que ama a Deus ame também o seu irmão” (1Jo4,21).

Passou  Maria  uma  vida  tão  cheia  de  caridade  que  socorria  aos  necessitados,  ainda  que  não  lhe  pediam solícito auxílio.  Assim o fez por exemplo nas bodas de Cana. Com as palavras “eles não tem vinho”, rogou ao filho livrasse milagrosamente os esposos do inevitável vexame.

Quando  movida  pelo  dever  de  caridade,  foi  assistir  Izabel,  diz  o  Evangelho  que  então  “teve  pressa  em passar pelas montanhas”.  Mais brilhante prova de caridade  não  nos pode dar,  do que oferecendo seu Filho a morte pela nossa Salvação. Tanto amou o mundo, que, para salva-lo, entregou à morte Jesus, o seu Filho Unigênito.

Também o anjo falou a S. Brígida que não há quem recorra a Maria sem receber graças de sua caridade.

Lemos  no  livro  do  Provérbios  19,17:  “O  que  se  compadece  do  pobre  da  o  seu  dinheiro  a  juros  ao  Senhor”. Explicando esta passagem diz S. João Crisóstomo: “Quem ajuda ao próximo, tem a Deus por devedor”.



Excerto do Livro “Glórias de Maria”
 de Santo Afonso de Ligório






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