A PEQUENA VIRTUDE DA GRATIDÃO
(excertos do Livro: “As pequenas virtudes do Lar”,
de
Georges Chevrot)
PARTE
1
A pequena virtude da gratidão completa a
primeira trilogia
das virtudes do lar: a
cortesia, o
passar despercebido, e, agora, a gratidão. Não custa apagarmo-nos diante
dos outros quando pensamos em tudo o que nos dão, e o nosso agradecimento por
eles se manifesta tratando-os com delicadeza e cortesia.
O filho ingrato que foge da casa paterna
batendo com a porta, o pai despótico que faz da mulher e dos filhos uns escravos,
são monstruosidades. Esquecer-se dos serviços que os outros nos prestam, ou
pelo menos o mau hábito de nunca lhes manifestar nosso agradecimento e etc.,
são defeitos lamentáveis que convém opor
a pequena virtude da gratidão.
Se, por um lado, esperamos em vão o
agradecimento de pessoas a quem ajudamos à custa de verdadeiros sacrifícios,
por outro, há pessoas por quem fizemos muito menos e que muito tempo depois
ainda continuam a lembrar-se dos favores recebidos e não param de pensar em
novas maneiras de nos mostrar a sua gratidão. E acontece também que nos
empenhamos em agradecer a um desconhecido um favor ocasional, e nem parecemos perceber os serviços
cotidianos que nos prestam os nossos familiares.
Serão essas gentilezas algo inteiramente
natural, quando praticadas por eles? Talvez sim, mas também deveria sê-lo o
manifestar-lhes que somos sensíveis a elas.
Se, por um lado, esquecemos uma amabilidade
que tiveram conosco, como nos lembramos de uma falta de atenção ou de uma
palavra que nos feriu! Diz um provérbio: “A
lembrança do mal tem vida longa, a lembrança do bem logo passa.” E como
sabemos também recordar aos outros os favores que lhes prestamos ou o esforço
que fizemos para ajudá-los! A memória dos serviços prestados é mais persistente
que a dos benefícios recebidos. A vaidade
sabe falsear muito bem as perspectivas.
É, sem dúvida, muito menos grave que as
nossas ingratidões procedam de uma cócega do amor próprio do que da falta da
afeição por aqueles que nos amam; mas
seria muito melhor que a nossa afeição fosse suficientemente forte para
preservar sempre em nós o espírito de gratidão. É necessário, pois,
combater o amor próprio e começar a fazê-lo o quanto antes.
Continua...
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