Salve Maria,
Daremos sequência à publicação de textos retirados do livreto do Pe. Quadrupani: "Direção para viver cristãmente". São dicas valiosas, instrutivas e animadoras para nos auxiliar na prática da vida cristã. Aproveitem!
Viva Cristo Rei!
DIREÇÃO PARA VIVER CRISTÃMENTE
Rev. Padre Quadrupani - Barnabita.
Capítulo I - Relações com Deus
Os deveres do cristão para com Deus
reduzem-se a pratica da religião, e,
por conseguinte, a aperfeiçoar-se, sobretudo no uso
da oração, no
modo de ouvir
a missa, na frequência
da confissão e da
comunhão, na leitura
espiritual e na
santificação dos dias santos.
Toquemos rapidamente todos estes
diversos assuntos.
DA MEDITAÇÃO
1) A
meditação esclarece e conforta
nossa alma. David
dizia de si mesmo: “A
meditação aqueceu meu
coração, e acendeu nele
o fogo da caridade”.
2) Meditai
todos os dias uma meia
hora, a não
ser que seja impedida por
uma ocupação ou uma
indisposição extraordinária.
3) Disponde
da tarde para a
noite, ou ao menos
antes de principiardes, o
assunto da vossa meditação. O espirito então
aplicar-se-á com mais
facilidade a essa matéria
já preparada.
4) Meditai, ordinariamente, sobre assuntos
que despertem em vós
a confiança e
o amor de Deus.
Os assuntos que
inspiram terror são raras
vezes de vantagem
para vosso espirito.
A vós se pode aplicar o
que S. Francisco
de Salles escreveu
a uma dama: “Proíbo-vos que
mediteis na morte, no juízo e no inferno.
Estes assuntos de temor salutar são
excelentes; mas não para
vossa alma que já
está muito tímida”.
5) Não abraceis,
para meditar, matéria muito extensa;
esta seja curta e
precisa. Segui este
conselho dos mais doutos entre os Padres
espirituais: na meditação deveis entreter-vos
mais nos afetos
do coração, que nas considerações do
espirito; porque a consideração é o
meio, e o afeto é o
fim a que
aspiramos.
6) É
de vantagem, também, entregarmo-nos à
oração com recolhimento
e paz, sem
inquietações nem receio
excessivo de distrações. A
distração involuntária faz-nos
adquirir dois merecimentos: um de
penitência, porque é um
penoso sofrimento de espirito o não nos
podermos considerar recolhidos
diante de Deus; por isso Santa
Teresa dizia: “Se não
faço oração, faço penitência”. O outro merecimento é o da própria oração; porque
Deus recompensa o desejo tanto como a obra,
quando o cumprimento desta não
está na nossa
mão.
7) Será para nós
uma grande consolação
ter sempre diante
dos olhos estes princípios
de S. Francisco
de Salles: “É
uma oração excelente o
considerarmo-nos com paz e na
tranquilidade na presença de Nosso
Senhor e debaixo de
sua proteção, sem outro desejo
nem pretensão mais
do que estar com
ele e fazer a sua vontade”.
O filhinho acolhido
no seio de sua
mãe não profere
palavra alguma; mas
diz tudo pelo seu
olhar afetuoso, que
exprime a felicidade de
estar nos braços maternais.
8) No
fim da meditação não é
preciso multiplicar as resoluções; mas
devem-se renovar principalmente
aquelas que vão contra
nossa paixão dominante. A multiplicidade das resoluções embaraça a
alma e não
a torna melhor. Ordinariamente
aquele que promete muito, dá
pouco.
9) Santa Teresa quer
que durante a oração
tomemos uma posição cômoda, para
que o espirito não seja distraído da atenção que devemos
prestar à oração na presença de
Deus. Não vos canseis, pois, conservando-vos por
muito tempo de joelhos. Basta que
o vosso espirito
se humilhe diante de
Deus, com o respeito,
a confiança e
o amor que lhe
são devidos.
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