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domingo, 25 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Da Salvação de Nossa Alma
Da Salvação de Nossa Alma
« A salvação eterna não é só o mais importante,
senão o único negócio que nesta vida nos impende »
(Lc 10,42)
Não há diligência que não se efetue, nem tempo que não se aproveite para obter algum cargo, ganhar uma demanda, ou contratar tal casamento... Quantos conselhos, quantas precauções se tomam! Não se come, não se dorme!...E para alcançar a salvação eterna? O que se faz?
Nada se costuma fazer; ao contrário, tudo o que se faz é para perdê-la, e a maior parte dos cristãos vive como se a morte, o juízo, o inferno, a glória e a eternidade não fossem verdades de fé, mas apenas fábulas inventadas pelos poetas.
Quanta aflição quanto se perde um processo ou uma colheita e quanto cuidado para reparar o prejuízo!... Quando se extravia um cavalo ou um cão, quantas diligências para encontrá-los. Muitos perdem a graça de Deus, e entretanto dormem, riem e gracejam!...
“Mas vós, disse São Paulo, vós, meus irmãos, pensai unicamente no magno assunto de vossa salvação, pois constituiu o negócio da mais alta importância”. É, sem contestação, o negócio mais importante, porque é das mais graves conseqüências, em vista de se tratar da alma, e, perdendo-se esta, tudo está perdido. Devemos estimar a alma – disse São João Crisóstomo, como o mais precioso dos bens. Para compreender esta verdade, basta considerar que Deus sacrificou seu próprio Filho à morte para salvar nossas almas (Jo 3,16). O Verbo Eterno não vacilou em resgatá-las com seu próprio sangue (I Cor 6,20).
sábado, 17 de setembro de 2016
NÃO PODE FALTAR EM TUA CASA: HÁBITOS RELIGIOSOS!
NÃO PODE FALTAR EM TUA CASA: HÁBITOS RELIGIOSOS!
A casa de família - deve ser benzida e nela entronizado o quadro do Sagrado Coração de Jesus. Está escrito que ricas bênçãos Deus derramará sobre a casa e seus habitantes, sempre que isso se der. Pelos quartos, à cabeceira das camas, haverá um quadro de santo, um Crucificado. Aqui te dou o conselho de procurares antes poucos, mas belos quadros ou imagens, do que muitos e feios.
No horário da casa - haverá tempo marcado para as orações da manhã e da noite. Que belo costume esse de se unir a família perante o oratório da família e aí rezar pelos presentes e ausentes!
Nos dias da semana - o domingo tem lugar de honra. É dia sagrado, dedicado primeiro à oração e à Missa e somente depois aos divertimentos inocentes. É também dia respeitado, até nos trajes festivos da família. O mesmo se dá com os dias de festa religiosa. No aniversário dos batizados, das primeiras comunhões, a família faz questão de agradecer a Deus as graças que esses dias trouxeram.
As devoções da família - Se o pai já trouxe algumas de seu tempo de moço, ou se na tua mocidade praticava algumas, continua com elas na casa. Sobretudo a devoção a Nossa Senhora não pode faltar, em caso algum. Pois é garantia de salvação eterna e fonte de muita bênção material. Mas, não o esqueças nunca, a primeira devoção cristã é a Santa Eucaristia. Amor a nosso Senhor Sacramentado - pela assistência à Santa Missa - deve ser precioso patrimônio de todo lar cristão.
Fidelidade á fé - A cristã a recebeu dos pais e deve deixá-la aos filhos. Do contrário, os privaria da herança mais preciosa na vida. Tudo farás, leitora, para conservá-la em ti e nos teus. Para isso é preciso praticar a oração... fugir dos livros maus e procurar os bons. Sobretudo é necessário viver de acordo com aquilo que se crê. Combaterás energicamente as superstições que tanto prejudicam a fé e ofendem a Deus. Se algum dos teus se afastar da fé, não descanses nas tuas orações e sacrifícios para convertê-lo. Cedo ou tarde o conseguirás...
Trecho do livro: As três chamas do lar
Pe. Geraldo Pires de Souza
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quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Regulamento de Vida para uma pessoa se santificar no meio do mundo
De manhã:
1) Levantar-se a uma hora certa, como por exemplo, às 5 horas ou às 5:30, e nunca alterar a hora sem causa justa;
2) Oferecer, logo que acordar, o coração a Deus, fazer o sinal da cruz e vestir-se prontamente e com modéstia; depois rezar de joelhos três Ave-Marias em honra do Coração Imaculado da Santíssima Virgem Maria para obter uma grande pureza de coração, de corpo e espírito;
3) Fazer a oração e meditação da manhã durante meia hora, ou ao menos por espaço de um quarto de hora.
4) Assistir à Santa Missa todas as vezes que puder.
Durante o Dia:
5) Fazer pelo menos um quarto de hora de leitura espiritual;
6) Recitar o terço meditando em seus mistérios, sendo possível reze-o em família;
7) Fazer a visita ao Santíssimo Sacramento e à Santíssima Virgem, na Igreja caso possível;
N.B. Para estes três exercícios, se fixa a hora em que as ocupações de cada um permita;
8) Dizer frequentemente e dum modo especial, no principio e no fim do trabalho, orações jaculatórias, e fazer principalmente atos de amor a Deus como: “Ó meu bom Jesus! Eu vos amo. Eu quero amar-vos; fazei que eu vos ame muito, etc". não esquecendo a prática da comunhão espiritual;
9) Exercitar-se na mortificação dos olhos, dos ouvidos, da língua, abstendo-se de olhar para coisas inúteis, de as escutar e dizer, ainda que não sejam perigosas, para deste modo mais facilmente se abster das más e perigosas;
10) Aproveitar as ocasiões de sofrer alguma pena, contradição ou humilhação por amor a Deus. Submeter-se em todas as contrariedades e padecimentos, em todas, à vontade de Deus, dizendo: "Oh! Meu Deus! Vós assim o quereis, a vossa vontade seja feita".
11) Quando estiver à mesa, abster-se de alguma coisa de que mais goste; nunca saciar inteiramente o apetite, nem comer fora da hora da comida sem necessidade.
12) Evitar a ociosidade, as más companhias, as más leituras e as ocasiões do pecado, especialmente aquelas em que a castidade pode sofrer perigo. Santo Afonso, Santa Teresa e muitos outros Santos dizem que uma das principais regras para a perfeição e santificação d’uma alma, é evitar a familiaridade das pessoas de diversos sexos, ainda que essas pessoas sejam religiosas, porque muitas vezes o demônio lança em nosso coração certas afeiçõezinhas menos puras para com elas, fazendo passar por espirituais coisas que são verdadeiras loucuras;
13) Fazer o sinal da cruz nas tentações, sobre tudo nas carnais, estando só e dizer no fundo do coração: "Jesus! Maria! José! Socorrei-me". Não se perturbar, se a tentação continuar, mas orar mais vivamente e dizer: "Ò meu Jesus! Antes quero morrer que ofender-vos".
14) Não se perturbar, se tiver a desgraça de cometer algum pecado mesmo grave, mas fazer um perfeito ato de contrição com o propósito de não cair mais e de confessar na primeira ocasião que puder;
À Noite:
15) Fazer, em uma hora fixa, como por exemplo, às nove horas, a oração da noite e o exame de consciência; dizer os Atos cristãos e as Ladainhas da Santíssima Virgem depois de ler alguma coisa acerca do que deve meditar no dia seguinte;
16) Depois de ter rezado as três Ave Marias, como de manhã, despir-se com modéstia; estando na cama cobrir-se sempre com decência e conservar-se nela com modéstia; ocupar o espírito na meditação do dia seguinte, no pensamento da morte ou em qualquer outro santo pensamento, e fazer ou dizer as orações jaculatórias que puder, até que venha o sono.
17) Escolher um bom confessor, em quem tenha confiança; abrir-lhe bem o coração e deixar-se guiar pelos seus conselhos, e nunca o deixar sem grave motivo;
18) Confessar-se uma vez por semana e comungar tantas vezes quantas o seu diretor permitir;
19) Nutrir no seu coração uma devoção constante e terna para com Maria Santíssima. Repetir a Ave Maria quando o relógio der horas, ao entrar em casa e ao sair, acrescentando: "Jesus Maria e José, eu vos amo; não permitais que eu vos ofenda".
Jejuar nos sábados e na véspera das sete festas de Maria Santíssima.
Fazer uma novena com preparação para cada uma delas, bem como as do Natal, Pentecostes e Santo Patrono.
Trazer os escapulários ou algumas medalhas piedosas e inspirar aos outros a devoção à Maria Santíssima.
20) Ouvir sermão todas as vezes que puder. Entrar em uma congregação, para se ocupar do que interessa a alma. Fazer com o mesmo fim um dia de retiro espiritual, todos os meses. E todos os anos exercícios espirituais por espaço de quatro ou cinco dias.
Extraído e adaptado das obras de Santo Afonso Maria de Ligório
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terça-feira, 13 de setembro de 2016
CONFORMIDADE NAS DESOLAÇÕES ESPIRITUAIS
CONFORMIDADE NAS DESOLAÇÕES ESPIRITUAIS
Conta-se nas Crônicas da Ordem de São Domingos (Hist. Ord. Praed., I P., lib. I, c.60), que um dos primeiros Padres da Ordem, depois de ter estado nela alguns anos com grande exemplo de vida e grande limpeza e pureza de alma, nenhuma consolação, por pequena que fosse, sentia nos exercícios espirituais da Religião, nem meditando, nem contemplando, nem orando, nem lendo. E como sempre tinha ouvido falar dos singulares favores que Deus fazia a outros na oração, e dos sentimentos espirituais que nela tinham, estava meio desesperado.
Estando em oração diante do crucifixo, chorando amargamente, pôs-se a dizer estes desatinos:
"Senhor, eu sempre entendi que excedeis a todas as Vossas criaturas na bondade e mansidão; porém aqui estou eu, que há tantos anos Vos servi, sofrendo por Vosso respeito muitas tribulações, e sacrificando-me só por Vós, de muito boa vontade; e se a quarta parte do tempo que Vos tenho servido, servisse a um tirano, já me teria mostrado algum sinal de benevolência, ao menos com um ar de sorriso e graça.
E Vós, Senhor, nem um pequeno mimo, nem o mínimo favor me tendes feito daqueles que a outros costumais fazer; e sendo Vós a mesma doçura, sois para mim mais duro que cem tiranos. Que é isto, Senhor? Por que razão quereis que isto seja assim?"
Estando dizendo estas coisas tão desatinadas, ouviu de repente um grande estrondo e tão espantoso, que parecia que vinha a igreja ao chão, e no forro da mesma igreja havia um ruído tão temeroso, que parecia que milhares de cães com dentes queriam despedaçar o madeiramento. Ficou em extremo assombrado e tremendo de medo. Voltou o rosto para ver o que fosse aquilo, e viu atrás de si a mais feia e horrível visão do mundo. Era um demônio que, com uma barra de ferro que tinha nas mãos, lhe deu um tão cruel golpe, que caindo em terra não mais pode levantar-se. Teve contudo ânimo para se ir arrastando até chegar a um altar que estava perto, mas sem poder andar nem menear seus membros com a força das dores, que não parecia senão que lhe tinham desconjuntado todos os ossos a poder de pancadas.
Quando depois os religiosos se levantaram para cantar prima, e o acharam como morto, sem saberem a causa de tão inesperado e mortal acidente, levando-o à enfermaria, o trataram durante três semanas inteiras. Mas no meio das dores gravíssimas que o atormentavam era tão intenso e abominável o mau odor que despia, que os religiosos de nenhum modo podiam entrar no aposento a curá-lo e servi-lo senão tapando cautelosamente os narizes e usando de outras prevenções.
Passadas aquelas três semanas, recobrou forças; e tanto que se pode ter em pé, quis logo curar-se de sua louca presunção e soberba; e tornando ao lugar onde tinha cometido a culpa, buscou nele o remédio dela, e com muitas lágrimas e muita humildade fazia a sua oração bem diferente da primeira.
Confessou a sua culpa e reconheceu-se por indigno de algum bem, e por muito merecedor de pena e castigo. Então o Senhor consolou-o com uma voz do céu que lhe disse:
"Se queres consolações e gostos, convém que sejas humilde, e que reconheças a tua vileza, entendendo que és mais vil que o lodo, e de menos valor que os bichinhos que pisas com os pés".
Com isto ficou tão escarmentado, que dali em diante foi perfeitíssimo religioso.
(Exercício de Perfeição e Virtudes cristãs
pelo V.P. Afonso Rodrigues da Companhia de Jesus, 1946)
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segunda-feira, 12 de setembro de 2016
AS CINCO QUALIDADES REQUERIDAS PARA TODAS AS ORAÇÕES
AS CINCO QUALIDADES REQUERIDAS PARA TODAS AS ORAÇÕES
1. — A Oração Dominical, entre todas, é a oração por excelência, pois possui as cinco qualidades requeridas para qualquer oração. A oração deve ser: confiante, reta, ordenada, devota e humilde.
2. — A oração deve ser confiante, como São Paulo escreve aos Hebreus (4, 16): Aproximemo-nos com confiança do trono da graça, a fim de alcançar a misericórdia e achar a graça para sermos socorridos no tempo oportuno.
A oração deve ser feita com fé e sem hesitação, segundo São Tiago. (Tg 1,6): Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus... Mas peça-a com fé e sem hesitação.
Por diversas razões, o Pai Nosso é a mais segura e confiante das orações. A Oração Dominical é obra de nosso advogado, do mais sábio dos pedintes, do possuidor de todos os tesouros de sabedoria (cf. Cl 2, 3), daquele de quem diz São João (I, 2, 1): Temos um advogado junto ao pai: Jesus Cristo, o Justo. São Cipriano escreveu em seu Tratado da oração dominical: «Já que temos o Cristo como advogado junto ao Pai, por nossos pecados, em nossos pedidos de perdão, por nossas faltas, apresentemos em nosso favor, as palavras de nosso advogado».
A Oração Dominical parece-nos também que deve ser a mais ouvida porque aquele que, com o Pai, a escuta é o mesmo que no-la ensinou; como afirma o Salmo 90 (15): Ele clamará por mim e eu o escutarei. «É rezar uma prece amiga, familiar e piedosa dirigir-se ao Senhor com suas próprias palavras» diz São Cipriano. Nunca se deixa de tirar algum fruto desta oração que, segundo santo Agostinho, apaga os pecados veniais.
3. — Nossa oração deve, em segundo lugar, ser reta, quer dizer, devemos pedir a Deus os bens que nos sejam convenientes. «A oração, diz São João Damasceno, é o pedido a Deus dos dons que convém pedir».
Muitas vezes, a oração não é ouvida por termos implorado bens que verdadeiramente não nos convêm. «Pediste e não recebeste, porque pediste mal», diz São Tiago. (4,3).
É tão difícil saber com certeza o que devemos pedir, como saber o que devemos desejar. O Apóstolo reconhece, quando escreve aos Romanos (8, 26): Não sabemos pedir como convém, mas (acrescenta), o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis.
Mas não é o Cristo que é nosso doutor? Não foi ele que nos ensinou o que devemos pedir, quando seus discípulos disseram: Senhor, ensinai-nos a rezar? (Lc 11, 1).
Os bens que ele nos ensina a pedir, na oração, são os mais convenientes. «Se rezamos de maneira conveniente e justa, diz Santo Agostinho, quaisquer que sejam os termos que empregamos, não diremos nada mais do que o que está contido na Oração Dominical».
4. — Em terceiro lugar, a oração deve ser ordenada, como o próprio desejo que a prece interpreta.
A ordem conveniente consiste em preferirmos, em nossos desejos e preces, os bens espirituais aos bens materiais, as realidades celestes às realidades terrenas, de acordo com a recomendação do Senhor (Mt, 6,33): Procurai primeiro o reino de Deus e sua justiça e o resto — o comer, o beber e o vestir — ser-vos-á dado por acréscimo.
Na Oração Dominical, o Senhor nos ensina a observar esta ordem: primeiro pedimos as realidades celestes e em seguida os bens terrestres.
5. — Em quarto lugar, a oração deve ser devota.
A excelência da devoção torna o sacrifício da oração agradável a Deus. Em vosso nome, Senhor, elevarei minhas mãos, diz o Salmista, e minha alma é saciada como de fino manjar.
A prolixidade da oração, no mais das vezes, enfraquece a devoção; também o Senhor nos ensina a evitar essa prolixidade supérflua: Em vossas orações não multipliqueis as palavras; como fazem os pagãos, (Mt 6,7). S. Agostinho recomenda, escrevendo a Proba: «Tirai da oração a abundância de palavras; no entanto não deixeis de suplicar, se vossa atenção continua fervorosa».
Esta é a razão pela qual o Senhor instituiu a breve oração do Pai Nosso.
6. — A devoção provém da caridade, que é o amor de Deus e do próximo. O Pai Nosso é uma manifestação destes dois amores.
Para mostrar nosso amor a Deus, o chamamos «Pai» e para mostrar nosso amor ao próximo, pedimos por todos os homens justos, dizendo: «Pai nosso», e empurrados pelo mesmo amor, acrescentamos: «perdoai as nossas dívidas»
7. — Em quinto lugar, nossa oração deve ser humilde, segundo o que diz o Salmista (Sl. 101, 18): Deus olhou para a prece dos humildes.
Uma oração humilde é uma oração que certamente será ouvida, como nos mostra o Senhor, no evangelho do Fariseu e do Publicano (Lc 18, 9-15) e Judite, rogando ao Senhor, dizia: Vós sempre tivestes por agradável a súplica dos humildes dos mansos.
Esta humildade está presente na Oração Dominical, pois a verdadeira humildade está naquele que não confia em suas próprias forças, mas tudo espera do poder divino.
“O PAI NOSSO E A AVE MARIA” - (SERMÕES DE S. TOMÁS DE AQUINO)
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Jovem cristã: Dirás a mesma coisa?
Jovem cristã: Dirás a mesma coisa?
Dentro do meu peito tenho três corações: um de fogo para Deus, outro de carne para meu próximo, outro de bronze para mim - dizia Vicente Ferrer, santo e apostólico missionário.
Vamos lá, jovem cristã, de fato há também em teu peito alguma coisa de fogo, de carne, de bronze. Mas será na ordem citada pelo santo? É bem possível que o mundo tenha as labaredas de teu coração, teus caprichos e vontades tenham suas compaixões e o próximo fique com o duro bronze da indiferença, do egoísmo cruel, do ódio e da vingança.
Tanta cristã é vagarosa em se aquecer pelas coisas de Deus, ou tão teimosa em ficar tíbia diante dos convites divinos. Se de fato tivesse um coração em chamas por Deus, iria inegavelmente receber o braseiro de amor que é Deus na Hóstia consagrada.
Almas suaves para consigo - eis como o Espírito Santo chama as criaturas que fogem dos sacrifícios onde quer que os encontrem, mesmo na sombra do dever de cada dia. Entretanto, esse coração de carne, senhorita, o deves empregar nas relações com o próximo, que reclama tua benevolência e teu perdão; que abusa da tua paciência, que exige heroísmos de tua parte, com uma sem-cerimônia alarmante.
Para teus caprichos e "suavidades" hás de contar com o coração diante de algum sacrifício, nada de lhes lembrar sofrimentos passados, ingratidões suportadas, amizades traídas.
E nota-te uma coisa: esse coração de carne, esse coração benévolo e compassivo para com o próximo, é um sol fecundo na sociedade. Pois toda ação compassiva conduz a outra. Um só ato desse gênero deita raízes em toda parte e das raízes brotam novas plantinhas. Um só ato benigno não morre, mas estende as ondas invisíveis de sua influência através de séculos.
Tendo no coração fogo para Deus, carne para o próximo e bronze para ti mesma, serás feliz e farás felizes a inúmeros seres. E a felicidade, o contentamento interno é a atmosfera na qual se fazem coisas por Deus.
(Audi Filia! Páginas para moças, pelo Pe. Geraldo Pies de Souza)
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quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Via Sacra escrita por Dom Antônio de Castro Mayer.
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Meu Senhor Jesus Cristo, disponho-me a acompanhar-Vos no caminho que trilhastes do pretório de Pilatos ao Calvário, para Vos imolardes por minha salvação. Peço-Vos a graça de conceber grande dor e arrependimento de ter pecado, causando vossos atrozes sofrimentos, e que vosso Sangue preciosíssimo infunda em minha alma o propósito firme de nunca mais pecar.
ANTES DE CADA ESTAÇÃO
Dirigente: Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos;
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
No final da consideração, depois da Ave Maria:
Todos: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com vossa graça a emenda, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.
Dirigente: Compadecei-vos de nós, Senhor!
Todos: Compadecei-vos de nós!
Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.
Todos: Amém.
OBS.: O FIEL DEVE FICAR:
DE PÉ: Durante o Cântico e a Leitura do Texto.
DE JOELHOS: Durante a leitura do texto da 12.ª Estação e demais orações.
I ESTAÇÃO
A morrer crucificado
Teu Jesus é condenado
Por teus crimes, pecador.
Jesus é condenado à morte
Dirigente: Cedendo aos clamores dos judeus, Pilatos condenou Jesus à morte na Cruz.
O que levou os judeus a pedirem a morte de Jesus Cristo foi sua infidelidade. Quiseram seguir uma religião do seu agrado, e não a Religião revelada pelo Filho de Deus humanado. Nisto imitaram a desobediência de Adão e a rejeição da vontade de Deus.
Nós estamos na mesma miserável condição. Humilhemo-nos e peçamos a Nossa Senhora nos alcance a graça de sermos fiéis à Santíssima Vontade de seu Divino Filho.
Ave Maria…
II ESTAÇÃO
Com a cruz é carregado
E do peso acabrunhado:
Vai morrer por teu amor.
Jesus com a Cruz às costas
Dirigente: Depois da vigília no Horto das Oliveiras e da atrocíssima flagelação, Jesus se submete ainda ao sacrifício de carregar a Cruz até aa Calvário.
Jesus o fez para reparar os nossos pecados. Aprendamos que sem sacrifício e o habitual espírito de mortificação, nossa religião é vã, vazia, sem merecimento. Peçamos a Nossa Senhora a graça de aceitar com alegria as mortificações que nos impõe o cumprimento de nossos deveres de estado.
Ave Maria…
III ESTAÇÃO
Pela Cruz tão oprimido,
Cai Jesus desfalecido
Pela tua salvação.
Jesus cai pela primeira vez
Dirigente: Já esgotado pela insônia, fome e perda de sangue, Jesus sucumbe ao peso da cruz e cai por terra.
Nos desígnios de Deus, esta queda é para descontar as ofensas de nossos pecados, e para nos alertar contra nossa presunção. Por nós mesmos só vamos de pecado em pecado, de queda em queda.
Peçamos a Nossa Senhora nos alcance a graça da vigilância na oração e na fuga das ocasiões de pecado.
Ave Maria…
IV ESTAÇÃO
De Maria lacrimosa,
Sua Mãe tão dolorosa,
Vê a imensa compaixão.
Jesus encontra-se com sua Mãe Santíssima
Dirigente: Na agonia, do Horto do Getsêmani e no processo infame a que foi submetido seu Divino Filho, esteve ausente Maria Santíssima. Quando, porém, vai Ele consumar o sacrifício da redenção do mundo. Ela se apresenta. É que ambos, Jesus e Maria, no decretos do Altíssimo, estão como identificado na missão redentora do homem. É como Mãe dos remidos que Maria coopera na obra da salvação.
É a esta Mãe que recorremos para nos assegurar a fidelidade a seu Divino Filho, e meio da sociedade paganizada que nos envolve
Ave Maria…
V ESTAÇÃO
Em extremo desmaiado,
Deve auxílio, tão cansado,
Receber do Cirineu.
Simão Cirineu ajuda Jesus a levar a Cruz
Dirigente: A breve trecho, no caminho do Calvário, convencem-se os verdugos do Salvador de que pela extrema debilidade, conseqüência das torturas a que tinha sido submetido, Jesus Cristo não estava em condições de carregar o seu patíbulo até ao cimo do monte. Forçaram Simão de Cirene a carregar a cruz do Salvador.
Nossa salvação, por vontade de Deus, não se realiza sem nossa cooperação. Precisamos, a nosso modo, ajudar Jesus Cristo a carregar a Cruz. E o fazemos quando não nos conformamos com a maneira de proceder de uma sociedade que, na prática, se afastou da austeridade cristã. Que Nossa Senhora nos alcance esta graça.
Ave Maria…
VI ESTAÇÃO
O seu rosto ensanguentado,
Por Verônica enxugado,
Eis no pano apareceu.
Verônica enxuga a face de Jesus
Dirigente: Do meio daquela multidão sádica que formava o séquito nefando do Salvador no caminho do Calvário, destaca-se uma mulher forte que, arrostando a arrogância dos soldados, aproxima-se de Jesus e com uma toalha Lhe limpa o sagrado rosto desfigurado pelo sangue da coroa de espinhos pelos escarros dos sicários do Sinédrio e pelas bofetadas da soldadesca bestial.
Admiremos envergonhados a fortaleza desta mulher e peçamos a Nossa Senhora nos alcance a graça de nunca trairmos por respeito humano nossa religião, com nosso procedimento.
Ave Maria…
VII ESTAÇÃO
Outra vez desfalecido,
Pelas dores abatido,
Cai em terra o Salvador.
Jesus cai pela segunda vez
Dirigente: Não obstante o auxílio do Cirineu, a enorme fraqueza do Salvador fê-lo cair uma segunda vez no caminho do Calvário.
Esta segunda queda do Salvador lembra nossas repetidas culpas e, de outro lado, da infinita misericórdia de Deus que só espera nosso arrependimento para nos soerguer.
Que a fraqueza do Redentor que o prostrou por terra, seja a nossa fortaleza, e não nos permita aceitar um meio-catolicismo ao sabor da sensualidade feito mais de quedas do que de virtudes.
Ave Maria…
VIII ESTAÇÃO
Das matronas piedosas,
De Sião filhas chorosas
É Jesus consolador.
Jesus consola as filhas de Jerusalém
Dirigente: Ao ver os tormentos a que os sicários do Sinédrio submetiam Jesus no caminho do Calvário, umas piedosas mulheres de Jerusalém não contiveram as lágrimas e expandiram em altos prantos suas consternação. Jesus, agradecido, exortou-as a que tornassem profícuos seus prantos, chorando mais por elas e seus filhos, do que por Ele.
O que Jesus deseja é a nossa salvação. Por isso ferem-Lhe mais nossos pecados do que O afligem as chagas de seu corpo ou Lhe pesa a coroa de espinhos. “Chorai por vós e por vossos filhos” – nos repete o Senhor, quando nos vê mais preocupados com nossas moléstias e os bens terrenos do que com os nossos pecados. Abra-nos os olhos a virgem Santíssima para purificar nosso catolicismo.
Ave Maria…
IX ESTAÇÃO
Cai terceira vez prostrado,
Pelo peso redobrado
Dos pecados e da cruz.
Jesus cai pela terceira vez
Dirigente: Novamente a extrema debilidade prostra a Jesus por terra. É mais uma humilhação que se junta a todas, as outras igualmente atrozes a que se sujeitou o Salvador na sua Paixão.
Fê-lo por nosso amor, nossa salvação, mas também para que compreendêssemos que, sem a aceitação amorosa das humilhações que Nosso Senhor nos envia, não participamos da Redenção, porquanto não nos assemelhamos a Jesus Cristo.
Que a Virgem Santíssima, Mãe das Dores, nos compenetre desta verdade.
Ave Maria…
X ESTAÇÃO
Dos vestidos despojado,
Por verdugos maltratado
Eu Vos vejo, meu Jesus.
Jesus é despojado de suas vestes
Dirigente: Chegado ao Calvário, foi , Jesus despudoradamente despido de suas vestes pela soldadesca imunda.
Jesus, o cândido lírio da inocência, mais branco, mais puro do que o mais puro arminho e que a mais branca neve, é apresentado nu aos olhos da multidão, tendo apenas para velar seu corpo sagrado a túnica do seu sangue sacrossanto.
Foi certamente a mais sensível das humilhações a que nossos pecados submeteram o Filho de Deus. No entanto, é a humilhação a que mesmo as pessoas que se dizem cristãs e tementes a Deus, continuam a submeter o Divino Salvador. A Virgem Mãe, pureza alvinitente, nos alcance o apego ao recato, à modéstia, ao comedimento, que são as condições indispensáveis para a prática da virtude.
Ave Maria…
XI ESTAÇÃO
Sois por mim à Cruz pregado,
Insultado, blasfemado
Com cegueira e com furor.
Jesus é pregado na Cruz
Dirigente: Estirado Jesus sobre a Cruz, esticaram-Lhe violentamente os membros e os cravaram no madeiro com grossos e pontiagudos cravos.
O suplício da Cruz era reservado aos escravos, com os quais era legítimo não ter a menor comiseração. Além disso, Jesus Cristo foi crucificado entre dois ladrões, como a indicar – diz S. Boaventura – que era o pior deles.
Tudo concorria para levar aos extremos os sofrimentos físicos e morais do Divino Salvador. Cravado na Cruz após a flagelação e coroação de espinhos, não é possível imaginar sofrimentos mais atrozes. Considerado malfeitor vil e abjeto como os crucificados, é impossível humilhação maior.
Pois esses sofrimentos, essas humilhações foram o preço de nossos pecados. Foi assim que Ele nos libertou da escravidão do demônio da morte eterna, e nos mereceu o céu no seio de Deus.
Com o coração agradecido, aprendamos a apreciar as humilhações e os sofrimentos com que Deus purifica a nossa alma, especialmente quando exigidos pelo cumprimento dos deveres de nosso estado.
Ave Maria…
XII ESTAÇÃO
Por meus crimes padecestes.
Meus Jesus, por mim morrestes.
Como é grande a minha dor!
Jesus morre na Cruz
Dirigente: Depois de três horas de tormentosa agonia, Jesus inclinou a cabeça e morreu.
Consumou-se o sacrifício. O véu do templo rasgou-se de alto a baixo anunciando a abolição da lei mosaica substituída pela lei de Cristo que a aperfeiçoa e supera, e atinge todos os homens.
Exclama São Paulo: “Estou pregado na cruz com Cristo.” É este também o ideal da vida do fiel: unir-se a Jesus Crucificado. Ou seja, tomar o caminho da renúncia de si mesmo na obediência aos legítimos superiores, nas humilhações, no espírito de mortificação, nos sacrifícios exigidos para o cumprimento dos próprios deveres. São as disposições da alma que pedimos à Virgem Santíssima presente ao pé da Cruz.
Ave Maria…
XIII ESTAÇÃO
Do madeiro Vos tiraram
E à Mãe Vos entregaram,
Com que dor e compaixão.
Jesus é descido da Cruz
Dirigente: Nicodemos e José de Arimatéia obtiveram de Pilatos o corpo de Jesus. Cuidadosamente O retiraram da Cruz e O entregaram à sua Mãe, Maria Santíssima, a quem Ele pertencia por direito materno.
A Virgem Mãe contemplou em silêncio a retidão profunda daquele rosto sempre senhor de si mesmo, embora desfigurado pelos atrozes sofrimentos e morte violenta. Contemplou, adorou, e O apresentou ao Padre Eterno como propiciação pelos nossos pecados, nossos de seus filhos adotivos.
Habituemo-nos a viver com Maria. Ela nos levará a Jesus. Ela nos dará sua graça e seu vigor para triunfarmos da multidão dos atrativos para o mal que emergem de uma sociedade imersa no egoísmo e na sensualidade.
Ave Maria…
XIV ESTAÇÃO
No sepulcro Vos deixaram,
Sepultado Vos choraram,
Magoado o coração.
Jesus é depositado no sepulcro
Dirigente: Atendida a exigência de seu direito materno, Maria Santíssima acompanho o enterro de Seu Divino Filho organizado por Nicodemos e José de Arimatéia. Foi Ele deposto num sepulcro novo, aberto na rocha, no qual ninguém tinha ainda sido sepultado.
Sobre todos desceu um ambiente de paz que sepultou o alarido da multidão infrene, quando pedia a morte do Salvador.
A paz do Senhor é a paz de consciência que repercute no homem todo, dando-lhe a sensação de um profundo bem-estar. Esta paz encontramo-la quando desalojamos de nosso coração os sentimentos egoístas e sensuais para enche-lo de caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Virtude que obteremos pela intercessão de Maria Santíssima.
Ave Maria…
Meu Jesus, por vossos passos,
Recebei-me em vossos braços,
A mim, pobre pecador.
ORAÇÃO FINAL À VIRGEM DOLOROSA
Ó Maria, minha Mãe, compartilho conVosco as dores e sofrimentos que suportastes no corpo e na alma, ao acompanhardes Vosso Divino Filho no caminho do Calvário, e ao assistirdes à sua dolorosa e humilhante morte na Cruz.
Peço-Vos que me guardeis sob vossa proteção para que não torne a pecar, renovando a Paixão de Vosso Divino Filho.
(Padre-Nosso e Ave-Maria, na intenção do Sumo Pontífice para se lucrarem as indulgências).
Pela Virgem Dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
Perdoai-me, meu Jesus!
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